Aplicativos e inteligências artificiais podem ser alternativas em salas de aula

Aplicativos e inteligências artificiais podem ser alternativas em salas de aula

Quando bem utilizada, tecnologia favorece interação entre professores e alunos

Correio do Povo

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Em meio ao avanço tecnológico acelerado, a educação vem enfrentando o desafio de atualizar seus métodos. Jogos, aplicativos de celular, sites e atividades online têm sido ferramentas importantes para a inserção e orientação de crianças, jovens e adultos no mundo digital. A pandemia de Covid-19 fomentou o processo que já vinha ocorrendo, aumentando a utilização de meios virtuais para escolas, universidades e unidades de ensino.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) em 2022, 78% das crianças e jovens que contam com acesso a internet têm as redes sociais como principal forma de utilização. Ao chegar na escola, a tecnologia pode se tornar uma aliada na educação.

Para a professora de Letras/Inglês e Pedagogia na UniRitter Jamyle Marques o uso indevido da internet pode ser revertido: “O celular, e a internet de modo geral, são utilizados como ferramenta para que os alunos possam avançar nos estudos, como instrumento de pesquisa ou método de aprendizagem, no caso dos jogos educativos. É importante orientar o aluno para a utilização correta”, salienta.

Em um cenário ideal, para que a ferramenta seja amplamente utilizada, de maneira a não excluir ninguém, a escola deve oferecer os meios e as condições necessárias. O projeto de lei 6964/06, decretado em 2017, tornou obrigatória a informática educativa como componente curricular em todos os níveis da educação básica. Na prática, as escolas enfrentam problemas para aplicar a lei.

Segundo o Censo Escolar de 2022, cerca de 62% das escolas públicas utilizam a internet para o ensino e menos de 57% contam com computadores disponíveis para os alunos. O desafio dos professores é garantir que todos entrem em contato com as tecnologias. “Nós  contornamos a situação trabalhando com o que temos. Muitas vezes precisamos unir os alunos em grupos, fazer um revezamento, para que todos tenham a possibilidade de aprender a pesquisar e utilizar as ferramentas online”, ressalta a professora.

Já no Ensino Superior a realidade é outra. Com acesso à internet e equipamentos, os professores podem planejar aulas inovadoras, utilizando os meios para engajar os alunos e integrar com conteúdos e materiais online. O professor de Tecnologia da Informação da UniRitter Vinícius Cassol compartilha que a integração com o meio virtual é essencial para o andamento das aulas. “Utilizamos aplicativos por serem instantâneos e interativos, fazendo com que os alunos participem ativamente e a aula ocorra de maneira mais fluida. Por mais simples que seja, a inserção da camada digital acaba chamando a atenção de todos”. 

Entre os aplicativos citados pelo professor está o “Kahoot”, plataforma de aprendizado em formato de jogo, que permite à turma responder questões de múltipla escolha e quizzes, com um sistema de pontuação. O app, que também pode ser acessado via navegador, é utilizado por Cassol para revisar conteúdos, pois possibilita criar um formulário personalizado, de acordo com os conteúdos trabalhados.  Já o “Mentimeter”, outra plataforma utilizada nas aulas de Cassol, é capaz de gerar gráficos em tempo  real, a partir das respostas e normalmente é utilizado para avaliar o  nível de desenvolvimento dos alunos. 

Além disso, métodos do ensino a distância, inseridos devido a pandemia, acabaram se concretizando e permanecendo em uso. É o caso de novas formas de comunicação e interação entre turma e professor. “O uso de recursos digitais se tornou natural. Os alunos estão mais aptos a resolverem questões até mesmo pelo celular. Essa quebra de paradigma é trazida principalmente por eles, que buscam novas formas de se comunicar e estreitar relações”, explica Cassol, que revelou ter buscado meios informais, como o Discord, para desenvolver conteúdos e se comunicar com os estudantes. Inteligências artificiais também podem agilizar os processos de aprendizagem e troca de conhecimento, se utilizadas  de acordo com as necessidades.

No caso da educação básica, a inteligência artificial deverá ser inserida com cautela. Para a professora Jamyle, será inevitável a utilização desse tipo de ferramenta, mas ela ressalta a importância da qualificação dos professores para transformar em estímulo. ”O ChatGPT, por exemplo, chama atenção dos alunos por ser uma grande novidade na área. Podemos estimular a criatividade dos alunos a partir dos conteúdos gerados. Para isso, vamos precisar analisar e nos aprofundar na plataforma”, acrescenta.




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