Audiência pública reivindica retomada imediata das obras do Instituto de Educação, em Porto Alegre

A retomada imediata das obras de recuperação e restauro do Instituto de Educação General Flores da Cunha (IE), em Porto Alegre, e o retorno dos 1.200 estudantes e professores ao prédio de origem, que hoje estão espalhados em quatro unidades diferentes, foi tema da audiência pública feita pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, presidida pelo deputado Carlos Búrigo (MDB-RS). A audiência ocorreu na manhã desta sexta-feira no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), e teve transmissão pelos canais virtuais do órgão. A proposta também foi apresentada pela deputada Sofia Cavedon (PT-RS), que também presidiu a audiência em substituição ao presidente Búrigo, que se ausentou para cumprir outras agendas.

Antes de começar os trabalhos, o aluno e formando do Instituto de Educação, João Marcon, fez uma apresentação musical. Na sequência, a professora e ex-diretora da escola, Adriana Farina Marcon, representando o Movimento de Defesa do IE, afirmou que a luta pelo restauro total do prédio começou em 2011. Porém, ela ressalta que, desde 2007, a estrutura da escola já tinha muitos problemas. "O ginásio foi interditado e espaços não eram mais utilizados. Chovia dentro da biblioteca, o que nos fez perder um importante acervo de livros”, destacou.

Museu da Escola do Amanhã

A diretora do IE, Alessandra Lemes da Rosa, enfatizou que o grupo saiu em 2016 com a expectativa de retornar em 18 meses. “Já estamos há cinco anos fora, completando 152 anos em um cenário de estagnação, com obras paradas”, disse.

O diretor-geral da Secretaria de Educação, Guilherme Daltrozzo Corte, afirmou que todos retornarão ao IE. “Ninguém vai ficar de fora, isso tem que ficar bem claro”, destacou. Corte reitera que a retomada integral está prevista para a primeira quinzena de janeiro. Também explicou que dos 10 mil metros quadrados do IE, apenas dois serão destinados ao Museu da Escola do Amanhã, decisão que faz parte do projeto proposto pelo governo estadual e que desagrada à comunidade escolar. 

O secretário de Educação acrescentou que o investimento gira em torno de R$ 35 milhões, valor atualizado com a inflação da construção civil, sendo que R$ 20 milhões são para a construção do Museu. “Será uma contribuição para repensar a educação gaúcha”, enfatiza.

O diretor salientou que os estudantes e docentes têm uma representação nesse processo junto ao governo, o que foi duramente criticado pela comunidade escolar, que afirmou não reconhecer essa representação.

O diretor adjunto do departamento de obras públicas do Estado, Ricardo Todeschini, disse que foi incluído um aditivo ao projeto, resultante de ajustes orçamentários. “ Itens superestimados e subestimados que foram reavaliados em estudos, que mostraram que no fim, esses valores se compensavam no orçamento. Mas mesmo assim, os preços foram corrigidos”, esclareceu.

Um abaixo-assinado com dez mil assinaturas foi entregue à deputada Sofia Cavedon para encaminhamento junto à Comissão e outro à Casa Civil. A audiência finalizou com o pedido de retomada integral imediata das obras do IE e pede uma interlocução para dialogar junto ao governo que seja reconhecida pela comunidade escolar.