Aulas presenciais retornam com distanciamento e escalonamento dos intervalos em Porto Alegre

Aulas presenciais retornam com distanciamento e escalonamento dos intervalos em Porto Alegre

Parte das escolas municipais permaneceu de portas fechadas no primeiro dia de volta às aulas

Cláudio Isaías

Escola comunitária de Educação Infantil (Ecei) Tia Beth recebeu apenas nove alunos por sala de aula

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O retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino foi tímida em Porto Alegre e contou protocolos de segurança adotados pela equipe escolar e pelos estudantes. Na Educação Infantil, que encarou o primeiro dia de retorno às salas de aulas nesta segunda-feira, as crianças precisaram obedecer o distanciamento entre alunos e o escalonamento dos intervalos em áreas externas. É dos pais e responsáveis a decisão de levar ou não as crianças para as escolas. 

Para casos de infecção dentro do ambiente escolar, a gestão municipal também irá recorrer a um plano já estabelecido. De acordo com o secretário de Educação Adriano Britto, no caso de uma suspeita de infecção por Covid-19, o aluno vai ser afastado e os pais serão notificados sobre a possibilidade de realização de um teste. Caso uma mesma turma tenha duas ou mais ocorrências em investigação, a direção vai precisar comunicar a Smed para que sejam tomadas as medidas necessárias. 

O primeiro dia de aula após a suspensão de aulas foi acompanhado pelo secretário Britto, pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior e integrantes do Comitê Técnico de Enfrentamento ao Coronavírus. Durante a manhã, eles estiveram na escola comunitária de Educação Infantil (Ecei) Tia Beth, no bairro Bom Jesus, na zona Norte da Capital. Na companhia da direção da escola infantil, eles acompanharam os protocolos de retorno das atividades escolares. Nesta segunda-feira também irão retornar para aulas presenciais o Ensino Profissionalizante, o terceiro ano do Ensino Médio e o Ensino de Jovens Adultos (EJA). 

A instituição de ensino recebeu apenas nove alunos na sala de aula de um total de 55 que ficaram na escola durante os turnos da manhã e tarde. A escola infantil, que estava fechada desde março, conta com crianças de dois a cinco anos e 11 meses de idade. “Na entrada, medimos a temperatura, passamos o álcool em gel e usamos o tapete sanitizador. Estamos fazendo atividades pedagógicas relacionadas ao retorno, contando histórias. Vai ser uma forma mais lúdica”, explicou a coordenadora pedagógica da escola, Patrícia Thaina Castro.

No entanto, mesmo com o retomada do calendário de aulas presenciais, boa parte das escolas municipais de Porto Alegre permaneceu de portas fechadas no dia de hoje. A Secretaria Municipal de Educação (Smed) não tinha na manhã desta segunda-feira um levantamento a respeito de quantas instituições de ensino não funcionaram no dia de hoje. O secretário Adriano Brito ressaltou que houve problemas na rede municipal. “Colocamos recursos num total de R$ 2,5 milhões à disposição das escolas, mas há situações que, realmente, impediram a reabertura. Por exemplo, nós tivemos um surto no nosso setor de distribuição de alimentos que dificultou a distribuição da merenda para as escolas. Nós vamos pedir que os diretores expliquem o que aconteceu para que a gente avalie”, acrescentou.

Já o prefeito Nelson Marchezan Júnior afirmou que a escola cumpre um papel muito importante na garantia da segurança das crianças. “Seja ela creche, pré-escola, o Ensino Infantil como um todo tem um papel fundamental na área social. Ignorar essa realidade é tapar os olhos para algo muito importante”, acrescentou. 

Na manhã de hoje, a prefeitura enviou um ofício à Promotoria da Infância e Juventude de Porto Alegre dando ciência da campanha veiculada pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) contrária à volta as aulas para a adoção das medidas pertinentes. No material, o sindicato utiliza a foto de uma criança chorando com os dizeres: “Não deixe os alunos carregarem a culpa pelo resto da vida. Escolas fechadas, vidas preservadas.” No documento enviado ao Ministério Público, a prefeitura ressalta que, além de afrontar os direitos da criança e do adolescente, o sindicato pretende boicotar as medidas sanitárias estabelecidas com todas as cautelas pelos órgãos sanitários estadual e municipal.

O Simpa informou que o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, anunciou a retomada gradativa das atividades presenciais nas escolas, num cenário ainda marcado pelo alto índice de contaminação e de mortes pelo coronavírus na cidade. Segundo o sindicato, a medida foi imposta sem que o tema fosse debatido junto às direções e à comunidade escolar, sem levar em conta a realidade das escolas da rede municipal de ensino e sem o estabelecimento de um plano de contingência sanitária por escola, imprescindível para garantir a proteção à vida. O Simpa afirmou que as escolas não têm estrutura física, nem recursos humanos e financeiros, muito menos condições sanitárias adequadas para abrirem suas portas à comunidade, de maneira a garantir que não haja a disseminação do vírus entre crianças, professores, funcionários e familiares. 

 




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