Decotteli fala em trabalho pautado na gestão, integração e diálogo no MEC
Em entrevista à Rádio Guaíba, ministro da Educação disse que não possui preparo para debates ideológicos
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Em seu primeiro dia frente ao Ministério da Educação, o economista Carlos Alberto Decotelli da Silva disse que seu trabalho na pasta será pautado em três linhas orientadas pelo presidente Jair Bolsonaro: gestão, integração e diálogo. Em entrevista à Rádio Guaíba, na tarde desta sexta-feira, Decotelli afirmou que usará seus conhecimentos matemáticos e de gestão para decisões relevantes e polêmicas da área como, por exemplo, a aplicação de cotas para ingresso nas universidades.
“O trabalho será focado em gestão, dedicação e diálogo, bastante diálogo. Eu não tenho preparo para debates ideológicos", ressaltou ao colocar que não é da “linha ideológica”, mas sim de “sentar e calcular”. Durante a entrevista, Decotelli evitou opinar sobre o trabalho e as divergências políticas entre Bolsonaro e ministros da Saúde que acabaram deixando a gestão ainda neste ano.
Em relação às cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiências, que chegaram a ser suspensas para o ingresso na pós-graduação no dia 18 de junho pelo ex-ministro Abraham Weintraub, Decotelli disse que vai trabalhar para a “equalização”. Após críticas, quatro dias depois, no dia 23 deste mês, o MEC revogou a portaria. “Ao invés das cotas, estou pensando em equalização. Dar oportunidades iguais a todos aqueles que nascem em terra brasileira”, apontou ao citar cotas sociais, cotas de saneamento e cotas raça e etnias. “Eu tenho a vivência, o estudo sistematizado e proposta objetiva. Acho que o primeiro ponto é construir o Brasil pelo diálogo de autocrítica”, ressaltou.
Os próximos três dias, afirmou o ministro Carlos Decotelli, devem ser de reuniões e estudos na pasta. Na agenda de hoje do ministro, está prevista uma reunião para discutir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Nas próximas semanas, a Câmara deve votar um projeto para tornar o Fundeb – que deixaria de existir ao final deste ano – permanente.
Outro assunto que está previsto na agenda de hoje de Decotelli é o recebimento de uma projeção para o calendário do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O documento será entregue pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Ribeiro Pereira Lopes.