Desempenho dos alunos da rede pública melhora, mas segue baixo no RS

Desempenho dos alunos da rede pública melhora, mas segue baixo no RS

Menos de um terço tem proficiência em Português e 13,3%, em Matemática

Correio do Povo

Menos de um terço tem proficiência em Português e 13,3%, em Matemática

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O baixo desempenho dos alunos da rede pública estadual em Língua Portuguesa e Matemática será um desafio para a próxima gestão do Rio Grande do Sul. O resultado do Sistema de Avaliação Escolar (Saers) de 2018, divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria Estadual da Educação (SEC), mostra que menos de um terço dos alunos do 1º ano do Ensino Médio têm proficiência adequada em Língua Portuguesa; e, em Matemática, são apenas 13,3%.

Aplicado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Saers avaliou, em 2018, mais de 244 mil estudantes no RS, no 3º e no 6º ano do Ensino Fundamental; e no 1º ano do Ensino Médio.  “Quando entrei na gestão, em 2017, fiquei chateado com os resultados de 2016; e, agora, fico feliz com a melhoria nestes dois anos. Como cidadão, não estou satisfeito com os resultados de 2018, mas já começamos a ver um caminho a ser seguido”, considerou o secretário Ronald Krummenauer.

No 3º ano do Ensino Fundamental, a média obtida foi de 624,4 pontos, em Língua Portuguesa; e de 518,6, em Matemática, em uma escala que vai até 800. Porém, não há dados relativos ao 3º ano em 2016, pois, na época, avaliava-se o 2º. Já no 6º ano, os estudantes passaram, em Língua Portuguesa, de 212,7 pontos, em 2016, para 219,7, em 2018; e, em Matemática, de 217,2, para 223,0, em uma escala que vai até 500. Neste ano, 14,5% dos estudantes ficaram abaixo do básico em Língua Portuguesa, enquanto 7,8% tiveram proficiência avançada. E em Matemática, foram 25,7% no nível mais baixo; e 7,1%, no mais alto.

Em relação ao Ensino Médio, cuja escala também vai até 500, houve um avanço mais significativo na média, passando de 237,8, para 255,9, em Língua Portuguesa; e de 246,4, para 258,8, em Matemática. Porém, 19% dos estudantes tiveram desempenho abaixo do básico em Língua Portuguesa; e mais de um terço (35,4%), em Matemática. E o nível mais alto foi alcançado por apenas 4,4% e 1,5%, respectivamente.

Na avaliação do secretário, o baixo desempenho na rede é influenciado, sobretudo no Ensino Médio, por vários fatores externos, como a situação econômica do Estado, a renda familiar, a distorção idade-série e a evasão escolar, causada, por exemplo, pela gravidez na adolescência ou por envolvimento com drogas. Além disso, o secretário considera que a educação, no Brasil, foi “abandonada por décadas”; e que, embora muitos governos apontem o ensino como prioridade, alguns não sabem, de fato, como lidar com os problemas.

Apesar das dificuldades, o secretário Ronald destaca iniciativas da Secretaria da Educação para melhorar os resultados, como intervenções pedagógicas realizadas nas escolas que tiveram os piores resultados em 2016. A diretora do Departamento Pedagógico da SEC, Sônia Rosa, explica que essas ações foram realizadas junto às Coordenadorias Regionais, desenvolvendo um plano de ação para cada escola, a partir de quatro focos: gestão pedagógica, aprendizagem, metodologia e avaliação.

Em seus últimos dias no cargo, o secretário considera que, em 2019, um dos principais desafios para a próxima gestão será a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Referencial Curricular Gaú-cho, uma vez que a construção dos currículos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental acontecerá ao mesmo tempo em que será elaborado o Referencial para o Ensino Médio.



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