Enem mobiliza mais de 294 mil alunos no Rio Grande do Sul
Movimento de alunos e pais foi intenso antes dos portões serem fechados
publicidade
Em Porto Alegre, a situação não foi diferente em relação às demais cidades, com grande movimentação de candidatos antes do fechamento do portão, ocorrido pontualmente às 13h. Na Escola Técnica Estadual Parobé, na avenida Loureiro da Silva, os inscritos chegavam no local, em sua maioria, em veículos de aplicativo, da família ou até de amigos. Houve fila dupla de carros em um certo momento. Em torno das 12h50min já não havia quase mais ninguém na frente do estabelecimento de ensino, com alguns poucos retardatarios. No entanto, um minuto depois do portão ter sido fechado, às 13h01min, apareceu uma jovem e quatro minutos depois, às 13h05min, surgiu mais uma candidata atrasada. Ambas não quiseram falar, mas uma acabou culpando o motorista do aplicativo por “ter se atrasado”. Nenhuma, como seria esperado, pode entrar no prédio.
As provas, com 180 questões de múltipla escolha, começaram efetivamente a partir das 13h30min. Para suportar a maratona de 5 horas e 30 minutos de duração da prova, os candidatos traziam garrafinhas de água mineral e lanches de casa. Renê Loreno Soares, 17 anos, fazia sua estreia no Enem 2017, desejando um dia cursar História ou Economia. Ele carregava um pote contendo cereal em flocos. “Acho que dá para ajudar”, disse a respeito da energia do alimento. O estudante frisou também que estava “bem preparado” para o exame.
A realização do Enem 2017 é um momento também de faturamento para os vendedores. Muitos candidatos optavam pela compra na hora. Na calçada da Escola Técnica Estadual Parobé, o vendedor Zaloar Ávila da Rocha, 57 anos, conta que há 15 anos se posta no local com sua banquinha para faturar pouco mais do que o normal. Ele aproveitou para comercializar salgadinhos e doces, refrigerantes e água mineral junto com canetas e lápis exigidos. “O pessoal deixa para última hora”, avaliou, acrescentando que consegue até fazer um “combo” com lanche e material de escrita vendidos juntos. “Vou ficar até a saída da prova”, assegurava.
Já o vendedor Jsol Adriano Domingos Brum, 47 anos, vendia água mineral e refrigerantes. “Dá sede ficar mais de cinco horas lá dentro”, imaginou. Ele disse que é possível “tirar um dinheiro” na venda durante o Enem 2017. Por sua vez, Jaqueline Andrade, 50 anos, comercializava cachorro-quente com linguiça ou entrevero, composto por carne, linguiça calabresa, cebola pimentão, tempero verde, ketchup, mostarda, maionese, batatinha palha e “amor”. Segundo ela, o pessoal não quer fazer a prova de barriga vazia. “Com fome ninguém consegue raciocinar”, garantiu. “Não tem perigo de ficar com sono por causa do estômago cheio”, complementou. “Sempre digo boa sorte”, revelou, referindo-se à clientela.