Escolas técnicas agrícolas enfrentam dificuldades de comunicação e com produção

Escolas técnicas agrícolas enfrentam dificuldades de comunicação e com produção

Além de falta de luz e Internet, as enchentes também atingiram áreas de agricultura e zootecnia

Maria José Vasconcelos

Colégio Agrícola Cadop, em Cachoeirinha, está sem acesso e com os animais ilhados

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A tragédia climática que atinge o Estado afeta a comunicação em diversas regiões. Assim, com muitas localidades sem luz e sem Internet, ainda fica dificil mapear o atual panorama e necessidades do setor. A Associação Gaúcha dos Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea) tem mantido e articulado contatos. Um dos informes é que o Colégio Agrícola Estadual Daniel de Oliveira Paiva (Cadop), em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, registra danos com os alagamentos.

O diretor Fabio Bialoglowka revela que a escola está sem acesso e com os animais ilhados. “As Unidades Educativas de Produção da agricultura contabilizam 100% de perdas, e as da zootecnia em torno de 90%”, explica.

O presidente do Conselho de Diretores das Escolas Técnicas Agrícolas do RS, Luís Carlos Cosman, aponta que das 27 escolas técnicas agrícolas, apenas algumas indicaram que não sofreram prejuízos. Porém ressalta não ter conseguido contato com a maioria delas. "Muitos diretores devem estar sem acesso às escolas. É importante lembrar que, mesmo com a suspensão das aulas pelo governo estadual, as agrícolas precisam de plantões para o cuidado com os animais e as plantações. Portanto, é um momento muito difícil”, enfatiza, ao se solidarizar com as famílias que tiveram diferentes perdas. E com a destruição de pontes e rodovias, ele teme demora na reconstrução escolar que será necessária. “Vamos buscar formas de continuar oferecendo um trabalho de qualidade nas nossas escolas. Percebemos o quanto esses eventos estão se aproximando cada vez mais e nós. E como escolas técnicas agrícolas, temos um papel importante em trazer essa discussão para a sociedade. Precisamos de ciência para conseguir mensurar tudo isso e buscar maneiras de minimizar esses impactos.” O dirigente acredita que o foco agora é salvar vidas, e tentar reduzir impactos dos alagamentos nos municípios, mas entende que a falta de energia elétrica por longos períodos afetará diretamente a conservação de alimentos para os alunos e os animais. Acrescenta que a Secretaria da Educação e a Superintendência de Educação Profissional do RS (Suepro) terão ações de apoio, afirmando que a 20ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em Palmeira das Missões, por exemplo, responsável por 89 escolas estaduais, em 28 municípios, já está fazendo um levantamento para saber qual a situação de cada uma e das famílias dos alunos; assim como outras CREs devem ter seus planejamentos; e o Estado buscará compilar as informações para que, nos próximos dias, já possa ter uma atuação mais efetiva.

A Agptea, com sede em Porto Alegre, informa que também está alagada e mantém trabalho remoto. Conforme o presidente, Fritz Roloff, tão logo a situação se normalize, a entidade irá disponibilizar os apoios necessários e possíveis. Contato da Associação:




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