Estudantes desocupam escolas de Porto Alegre

Estudantes desocupam escolas de Porto Alegre

Julinho foi uma das últimas e saída foi tranquila, ao contrário do Padre Rambo

Jéssica Mello

Estudantes entregaram as chaves do Julinho à direção à tarde

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O Colégio Estadual Júlio de Castilhos foi um dos últimos do Estado a ser desocupado. Foram mais de 40 dias desde o início do movimento. Desde a quarta-feira, os alunos fizeram mutirão para limpar a escola até o meio-dia desta quinta-feira, prazo acordado com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) na última terça-feira no Foro Central. A entrega das chaves foi feita por volta das 15h40min para a inspetora de ensino da 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Martha Menin, pois a diretoria da instituição não compareceu para receber as chaves.

Uma vistoria foi feita pela representante da CRE, que constatou que a escola estava em "perfeitas condições". Na ata, foram relatados apenas danos em uma porta, na pintura de uma das salas - usada para a confecção de faixas - e em dois vidros. Por outro lado, os estudantes disseram que arrumaram banheiros. A diretora da escola, que chegou durante a assinatura da ata, não quis se manifestar sobre o assunto, nem informar sobre quando ocorreria a retomada das aulas.

Professores favoráveis e contrários ao movimento acompanharam a vistoria. Segundo o estudante Daniel de Oliveira, na última negociação com o governo foram garantidos R$ 135 mil para obras na escola e a garantia de não ter retaliações aos envolvidos. Os jovens querem uma participação mais efetiva nas decisões das melhorias de infraestrutura. “O conselho escolar ainda não foi votado neste ano. Precisamos escolher representantes combativos para pressionar”, disse.


Diretoria do Julinho e alunos realizaram vistoria na escola | Foto: Alina Souza

Conforme Daniel, as diferentes opiniões sobre o tema serão benéficas para a construção de um debate efetivo. “Acho que vai ser importante ter debates dentro da sala de aula e em assembleias”.

Para a mãe de outra estudante que esteve na ocupação, Adriana Lameirão, a participação da filha na causa foi importante para a sua formação. “Ela cresceu enquanto sujeito político. Não será líder política, mas será mais crítica pois isso despertou engajamento”, refletiu.

Saída tranquila no Tubino, mas complicada no Padre Rambo

No Colégio Estadual Florinda Tubino Sampaio, a desocupação foi feita ao meio-dia de maneira tranquila. Durante todo o período, cerca de 50 alunos participaram das atividades. Já no Colégio Estadual Padre Rambo, de acordo com a aluna Samira Rosa, a saída do grupo de aproximadamente 30 alunos não foi amigável. A direção reclamou de danos na estrutura da escola e afirmou que não deseja o retorno dos estudantes envolvidos na ocupação à instituição. A reportagem não conseguiu contato com a direção.




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