Estudantes gaúchos dão aula de diplomacia

Estudantes gaúchos dão aula de diplomacia

Alunos do Colégio Farroupilha, da Capital, receberam destaque no Harvard Model United Nation (HMUN), nos EUA

Correio do Povo

Carolina Flores e Pedro Azevedo destacam a parceria durante a simulação e ambos pensam seguir a carreira de Relações Internacionais. A experiência ajudará na carreira profissional

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Uma vivência diferenciada que oportuniza o conhecimento de novas culturas, desenvolve o autoconhecimento, o domínio de outra língua, além da compreensão melhor das relações internacionais entre os países. Esses são alguns ganhos que os estudantes do Colégio Farroupilha, da Capital, trouxeram na bagagem, após participarem de um modelo de simulação das Nações Unidas (ONU), em Harvard, no Harvard Model United Nations 2024 (HMUN), nos Estados Unidos, no final de janeiro deste ano. Carolina Flores e Pedro Azevedo foram os únicos gaúchos que receberam menção honrosa em Harvard. Eles integram o Grupo de Relações Internacionais (GRI) do Farroupilha e viajaram acompanhados de outros nove alunos da escola e do professor Saul Filho, responsável pelo grupo.

Diplomatas

Durante a simulação, os alunos têm a possibilidade de vivenciar o papel de um diplomata, defendendo o seu país em relação a um tema predefinido. Ao todo, cerca de 300 alunos de mais de 60 países participaram da atividade. O tema escolhido pela dupla, que representou Belize, pequeno país da América Central, foi a questão indígena (Presevation of Indigeous Cultures and Tradition). "Estávamos em um Comitê com estudantes de várias partes do mundo, como Estados Unidos e Venezuela, e buscamos liderar o bloco, buscando diálogo para solução de problemas, demonstrando confiança e dando espaço de fala para todos", conta Carolina, acrescentando que essa postura pode ter ajudado a receber o destaque. Mas, na sua opinião, o trabalho com seu colega foi determinante. "Um de nós ficava na sala, apresentando as propostas e recebendo questionamentos de outros delegados, e outro estava em outra sala escrevendo o discurso. E a nossa interação foi total", conta a aluna de 16 anos, que cursa o 3° ano do Ensino Médio.

Choque

Também com 16 anos, estudante do 2° ano do Ensino Médio, Pedro concorda. "Além de colegas, somos amigos. Quando ela estava cansada (foram quatro dias de simulações), eu segurava o trabalho e vice-versa. O entrosamento da dupla, saber o papel de cada um, é fundamental e conosco funcionou muito bem", avalia. Ele conta que passou os meses de férias estudando para encarar o desafio, mas valeu a pena. “Foi um presente que eu recebi", garante. Ambos confessam que foram surpreendidos quando Belize foi anunciado como destaque. "Eu fiquei em choque. Era surreal, pois parecia um sonho inalcançável e deu muito certo", lembra Carolina.

Pedro conta que começou a participar do GRI por curiosidade, levado pelos colegas da escola. "Mas acabei me apaixonando e agora é uma experiência que vou levar para a vida pessoal e profissional: a construção de um discurso, a oratória, saber trabalhar em grupo, são características que vou aplicar em qualquer coisa que for fazer", garante.

Relações Internacionais

A interação dos dois estudantes também se revela nas escolhas profissionais. Eles pretendem cursar Relações Internacionais e garantem que a vivência "abriu" seus horizontes. "Eu sempre tive receio de estudar fora. Hoje sei que é isso que eu quero", afirma Carolina. Pedro ainda não decidiu a trajetória profissional, mas tem certeza de que terá as ferramentas necessárias para fazer boas escolhas. Além de Harvard, ele participou de uma simulação na própria ONU, em Nova Iorque, a Wimun, organizada pela Federação Mundial das Associações das Nações Unidas (WFUNA).

Sobre o GRI

A assessora pedagógica do Colégio Farroupilha, Marília Bing, explica que o GRI é um dos grupos e clubes de aprendizagem. “Além do currículo básico, que todos os estudantes têm em comum, a escola oferece atividades complementares, gratuitas e no contraturno. Os estudantes, do 9° ano e do Ensino Médio, podem escolher aquelas que mais se identificam”. O GRI tem como objetivo estudar e entender as relações internacionais dos países, buscando soluções inovadoras para assuntos relevantes no cenário internacional.

“Não apenas durante o evento, mas nas atividades preparatórias, como simulações organizadas dentro do Colégio, eles desenvolvem habilidades essenciais para o seu crescimento, como a autonomia, o protagonismo e a organização” afirma Marília. Já na hora da simulação, aponta o desenvolvimento da oratória, a capacidade de negociação, preparação de estratégias e resolução de conflitos.

O ótimo desempenho dos dois alunos é resultado da avaliação, a partir de alguns critérios (ver quadro ao lado) e serve como estímulo aos próximos participantes. “No grupo há um apadrinhamento em queos mais experientes recebem os novos e repassam sua vivência”, acrescenta a assessora pedagógica. A próxima turma do GRI terá uma experiência de sucesso como inspiração.

Critérios

Participação: Este critério busca avaliar a habilidade de falar de improviso, interação com outras delegações e estratégia de participação nas sessões do comitê.

Habilidade: Analisa a capacidade de falar com eloquência e convicção nas sessões da comissão, de trabalhar bem ao lado de outros delegados do seu bloco e de liderar a comissão através da discussão dos tópicos em questão.

Espírito esportivo: Avalia a capacidade do delegado trabalhar ao lado de outros delegados em sua comissão e contribuir para o andamento geral do debate.




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