Estudantes ocupam reitoria da Ufrgs contra restrição na política de cotas

Estudantes ocupam reitoria da Ufrgs contra restrição na política de cotas

Universitários reivindicam debate antes da alteração na classificação

Luiz Felipe Mello

Estudantes ocupam reitoria da Ufrgs contra restrição na política de cotas

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Ao menos 150 estudantes ocupam, desde a tarde dessa quinta-feira, a reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) para cobrar diálogo sobre uma proposta que restringe a política de cotas. Os universitários esperam conversar com o reitor Carlos Alexandre Netto sobre o parecer que torna mais difícil o ingresso de cotistas. A votação estava marcada para esta sexta-feira. 

Integrante do movimento que ocupou a reitoria, Kassiele Nascimento explicou que atualmente os cotistas podem ingressar na universidade via modalidades para pretos, pardos e indígenas, alunos oriundos de escolas públicas ou que sejam de baixa renda, e ainda concorrer pelo acesso universal. "A proposta da pró-reitoria de graduação, que foi aprovada no último Conselho Universitário, retira a concomitância de concorrência. Antes, o cotista que atingisse as notas necessárias para o acesso universal ingressava na universidade e deixava a vaga de cotista disponível, mas agora eles querem que os cotistas concorram a apenas 12,5% das vagas, o equivalente a cada modalidade da política de cotas. Somos contra isso", argumentou.  

Kassiele deixou claro que o que os estudantes querem é um debate da reitoria com a comunidade acadêmica. "O parecer foi proposto há três semanas e já foi aprovado pelo Conselho Universitário. O nosso movimento quer estabelecer um diálogo, que já ocorreu em oportunidades anteriores, em 2007 e 2012, quando ocorreram mudanças nas políticas afirmativas", recordou. 

De acordo com a estudante, a mobilização reuniu alunos de diversos cursos e não tem data para terminar. "Se preciso for, nós vamos entrar pelo final de semana aqui na reitoria. Queremos negociar, e tem algumas propostas que ainda não podemos revelar. Apenas desejamos conversar com alguém que seja responsável por isso", resumiu. 



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