Estudantes se dividem sobre tema da redação da Ufrgs

Estudantes se dividem sobre tema da redação da Ufrgs

Vestibulandos tiveram 4h30min para fazer o texto e responder 25 questões de Português

Eduardo Amaral

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No segundo dia do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), neste domingo, os estudantes precisaram falar sobre a qualidade da música brasileira atual. Os portões nos 40 locais de prova em Porto Alegre e no interior abriram às 14h30min, e as provas começaram a ser aplicadas às 15h. Os estudantes tiveram 4h30min para responder as 25 questões de português e elaborar uma redação baseada em um texto que falava sobre o cenário musical brasileiro, com foco especial no funk.

Vestibulanda de história, a lajeadense Fernanda Liell, 17 anos, gostou do tema de redação. Na avaliação dela, os choques culturais de diferentes gerações era uma boa forma de abordar o assunto. “Os nossos pais não gostam das músicas que a gente escuta, e assim era como ocorria entre eles e seus pais. Cada geração tem sua música, é um tema muito subjetivo, e eu adoro música, então acho que tem muita coisa para dizer”, declarou.

Ao avaliar as provas do primeiro dia, ela se mostrou um pouco decepcionada com as questões de literatura, a qual esperava ter mais cobrança das leituras obrigatórias. Já a prova de física, ela considerou bastante difícil.

Tentando uma vaga no curso de Farmácia, Jean Lucas Pereira, 17 anos, teve uma visão mais pessimistas sobre a redação. Na avaliação do adolescente, embora seja um assunto interessante, ele traz algumas pegadinhas. “É fácil escorregar porque é algo difícil de interpretar, então, embora seja um bom tema, fica difícil para manter a concentração e não fugir”, revelou.

Ele também falou sobre a mudança de data do vestibular, que pela primeira vez foi realizado em novembro e não em janeiro. “Em geral, é mais tranquilo, só atrapalha um pouco as aulas regulares porque acaba misturando com as provas finais”, disse.

Érica Nunes de Souza Lopes, 46 anos, veio de São Paulo para acompanhar a filha Natalia, 21, para prestar vestibular para medicina pela segunda vez na Ufrgs. Segundo ela, a realização das provas em novembro trouxe mais gastos, mas também deve ter menos concorrência. “Financeiramente era melhor antes, porque temos que vir duas vezes e procurar hospedagem e outros detalhes. Porém, acho que, com isso, a concorrência diminui, já que coincide com outras faculdades que também estão fazendo o vestibular”, revelou.

Também vestibulanda de medicina, Ana Konrad, 19 anos, fez a prova pela primeira vez, e considerou a mudança de data algo positivo, mesmo com menos tempo para revisar a matéria. “É bom porque termina a rotina antes do fim do ano, embora se fosse em janeiro daria para estudar mais”, destacou.

Diferente de boa parte dos concorrentes, Clarissa Fortes, 18 anos, se disse tranquila para as provas. Vestibulanda de jornalismo, ela disse que o foco no fim do ano letivo da escola foi importante para lhe deixar mais calma. “Eu passei o ano mais focada no terceirão do colégio, então, isso fez eu ficar mais tranquila”, ressaltou. Antes da prova de domingo a expectativa dela era justamente pela redação, que Clarissa considera seu ponto forte. “Eu adoro escrever, então, quero ver logo qual o tema”, revelou.

Boa avaliação pela mudança e foco nos auxílios estudantis

A mudança de data das provas foi bem avaliada pelo reitor da Ufrgs, Rui Vicente Oppermann, para quem o fato de o vestibular ser realizado no fim de semana ajudou os estudantes a se organizarem melhor. “Sem o trânsito diário a chegada é mais tranquila, além disso com as provas sendo à tarde, eles conseguem dormir e se organizar para chegar no horário”, afirmou. No primeiro dia a abstenção foi de 14,27%, e para Oppermann os números devem ser semelhante aos anos anteriores.

Ao final do vestibular 3,9 mil novos estudantes ingressarão nos 90 cursos disponibilizados pela instituição. Em meio a um cenário de recursos escassos, contingenciamento de verbas e crises com o governo federal, Oppermann garante que o foco será garantir que os estudantes permaneçam na faculdade.

“Em 2019 nossa prioridade foi manter a assistência estudantil, que vai desde o restaurante universitário até os recursos para que os alunos possam morar e mesmo comprar material. E este seguirá sendo nosso principal foco em 2020”, disse.

O reitor diz esperar que os recursos para assistência estudantil se tornem lei, e espera que o Congresso aprove o projeto de lei que transforma isso em realidade, para que dessa forma o dinheiro para este setor não dependa da “vontade dos governos”.




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