Maior proporção de pretos e pardos aparece em cursos de Pedagogia e Enfermagem, indica IBGE

Maior proporção de pretos e pardos aparece em cursos de Pedagogia e Enfermagem, indica IBGE

Na graduação de Medicina, pessoas dessas etnias somam 3,2% e 21,8% dos matriculados, respectivamente

Correio do Povo

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Dados do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram também disparidades no ensino. Para reunir informações sobre a diferença de etnias na educação, o levantamento usou fontes como a PNAD Covid-19, que foi a campo no primeiro ano da pandemia, entre maio e novembro de 2020. Conforme o Censo da Educação Superior, entre as dez áreas detalhadas de graduação presencial com maior número de matrículas, as maiores proporções de pretos e pardos estavam nos cursos de pedagogia (11,6% de pretos e 36,2% de pardos) e de enfermagem (8,5% de pretos e 35,2% de pardos). Já o curso de medicina tinha apenas 3,2% de matriculados pretos e 21,8% de pardos.

De acordo com a pesquisa, houve condições desiguais de oferta e acesso às atividades escolares a distância em função da pandemia. A falta de estrutura e de tempo dedicado a essas atividades prejudicou especialmente os estudantes de menor renda, sendo, em sua maioria, pretos e pardos, moradores da zona rural e do Norte e Nordeste.

Em novembro de 2020, 6,8% dos estudantes brancos de 6 a 17 anos não tiveram aulas presenciais e não receberam atividades escolares. Esse percentual foi de 13,5% para os pretos e de 15,2% para pardos. Entre aqueles que não tiveram atividades presenciais e fizeram ao menos parte das atividades escolares recebidas em limitações de carga horária (menos de cinco dias semanais e de duas horas diárias), a proporção de estudantes brancos também foi inferior à de pretos ou pardos.

Enem 

A participação no Enem pode ter sido afetada por essa dificuldade desigual de estudo a distância durante a pandemia. A taxa de comparecimento ao exame, isto é, a proporção de inscritos que efetivamente compareceram para realizar a prova, mostra que a vantagem dos brancos em relação aos demais grupos de cor ou raça se intensificou de 2019 a 2021.

Os brancos apresentaram uma queda de apenas 3,1 pontos percentuais na taxa de comparecimento, alcançando taxa de 72,1% em 2021. Por sua vez, pretos e pardos tiveram queda de 9,9 e 9,0 pontos percentuais em suas respectivas taxas de comparecimento entre 2019 e 2021, atingindo 60,2% e 62,9% em 2021, respectivamente. Os indígenas foram o grupo que apresentou a menor taxa de comparecimento ao ENEM de 2019 a 2021 (68,0%, 37,1% e 55,3%, respectivamente).

“Esse indicador contribui para explicar por que o rendimento do trabalho de pretos e pardos é menor que o dos brancos entre quem tem nível superior. Um exemplo é a área da saúde, no curso de medicina, 61% são a população branca e no de enfermagem, 37%. E o profissional médico é mais valorizado pelo mercado, tende a receber rendimentos muito mais elevados do que profissional da enfermagem. Então o tipo de curso superior também influencia no rendimento e os mais valorizados pelo mercado em termos de rendimento têm predominância de pessoas brancas”, diz João Hallak.




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