MEC alega "limite na movimentação" diante corte no orçamento para Educação

MEC alega "limite na movimentação" diante corte no orçamento para Educação

Decreto traz novos cortes, que se refletem nas instituições federais e gera preocupação de entidades

Correio do Povo

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Um decreto federal, publicado no final de setembro, trouxe novos cortes no orçamento da União, que incluem e afetam o Ministério da Educação (MEC). O fato faz crescer a preocupação das instituições federais de ensino no país, que realizam reuniões e mobilizações para enfrentar o problema. São cerca de R$ 2,4 bilhões bloqueados, que podem impactar bolsas de estudo e atividades essenciais ao funcionamento das instituições, como limpeza e segurança, segundo entidades do setor.

O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, negou que houve cortes e, sim, “limitação da movimentação” da verba nos próximos meses. “Até dezembro, o valor da universidade é exatamente o mesmo, mas não se pode empenhar tudo. Você vai distribuir ao longo de outubro, novembro e dezembro”, explicou nesta quinta-feira. Ele enfatizou que, se necessário, o aumento do limite do empenho poderá ser “restabelecido, caso a caso, em tratativas com os ministérios da Educação e Economia”. Em nota, o MEC acrescentou que foi feito um ajuste do limite de empenho da pasta que não prejudicará as atividades das instituições.

Já o Ministério da Economia informou que o atual valor bloqueado no orçamento do MEC é de R$ 1,3 bilhão. Mas ainda não detalhou o corte de R$ 2,6 bilhões no orçamento federal incluído no decreto de final de setembro e que atinge ministérios como o da Educação. E sobre o MEC, informou não ter previsão de detalhamento do montante total.

Mobilização de entidades e instituições

Andifes: A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior assinala que as consequências do contingenciamento (bloqueio temporário) serão gerais. E argumenta que apesar de contingenciamentos orçamentários serem comuns, estranha um decreto nesse período do ano quando outro, anterior, disponibilizava a verba sem qualquer restrição.
UFPel: A Universidade Federal de Pelotas informa que já tinha reduzido despesas; e que, agora, vai reavaliar prioridades.
Unipampa: A Universidade Federal do Pampa, com sede em Bagé, alega falta de saldo para cumprir com despesas básicas.
UNE, Ubes e ANPG: As entidades estudantis e de pós-graduandos terão mobilização nacional dia 18 de outubro; e plenárias, entre 10 e 17 de outubro.

Institutos terão corte em serviços

O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) informou que o decreto impede serviços essenciais de limpeza e segurança, “comprometendo ainda as atividades laboratoriais e de campo, culminando no desemprego e na precarização dos projetos”.

A entidade acrescenta que é “necessária e urgente a recomposição orçamentária, sob pena de a rede federal ter seu funcionamento comprometido”. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul), com sede em Porto Alegre, divulgou que os cortes afetarão a assistência estudantil, bolsas em projetos de ensino e serviços terceirizados.




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