O conhecimento a um clique de distância

O conhecimento a um clique de distância

Computação na Educação Básica integra a BNCC e parecer do MEC determina esse ensino a partir de 2023. Um motivador apoio a escolas da região são as oficinas da Univates, com projeto de acesso a software educativo

Por Bárbara Niedermeyer* sob orientação de Maria José Vasconcelos

Mais de 2 mil estudantes já participaram das oficinas nos últimos anos. Em 2023, o projeto vai atender, novamente, escolas públicas e privadas do Vale do Taquari com o objetivo de disseminar o conhecimento

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A um clique de distância estão as mais diversas informações. As facilidades da globalização e das conexões colocam, na palma de nossas mãos, tudo aquilo que queremos saber, muitas vezes, sem nos apresentar os perigos que a rede conectada com o mundo inteiro traz. Além disso, cada vez mais pais estão preocupados com o tempo que os filhos gastam diante das telas e qual tipo de conteúdo estão consumindo. Mas, agora, estar conectado também vai passar a integrar a grade curricular da Educação Básica no país. Isso porque, no ano passado, o Ministério da Educação decidiu que Computação deve ser inserida nas etapas e modalidades dos ensinos Infantil ao Médio, iniciando neste ano.

Diversos projetos, no entanto, já procuram tratar e explorar o tema com as crianças. E mobilizam escolas, antes mesmo dessa integração legal. Por isso, com o intuito de levar à rede escolar da região do Vale do Taquari um maior entendimento sobre computação e garantir às crianças um conhecimento seguro sobre as ferramentas tecnológicas que serão importantes para o seu futuro, a Universidade do Vale do Taquari (Univates), em Lajeado, desenvolve o Projeto de Extensão Desenvolvendo o Pensamento Computacional na Educação Básica.

Por meio de oficinas, que podem ser realizadas na sede das escolas ou na própria Univates nos turnos da manhã ou tarde, com duração média de três horas, os alunos têm contato com o software Scratch, que permite a eles exercitarem o pensamento computacional na construção de jogos e animações. As atividades envolvem o raciocínio lógico, os conceitos associados à programação de computadores e buscam desenvolver habilidades associadas à resolução de problemas em diversas áreas.

O projeto existe desde 2012, e foi o pioneiro na abordagem do tema no Vale do Taquari. Ao longo dos anos, o objetivo e a metodologia da ação foram sendo transformados, conforme explica o professor coordenador do projeto, Evandro Franzen. “Nós começamos esse projeto há mais de 10 anos e inicialmente ele tinha a proposta de uma olimpíada de informática, que era algo que já fazíamos aqui na Univates. Aos poucos, fomos percebendo que tínhamos que ir às escolas e trabalhar com os estudantes, já que muitos não tinham o conhecimento necessário na área. Essa lógica de computação e programação não era desenvolvida, então passamos a fazer as oficinas”, destaca. Desde então, o professor estima que mais de 2 mil alunos já tenham passado pelos aprendizados, sendo mais de trezentos apenas em 2022.

O sucesso do projeto não está só no número de participantes, mas também no aproveitamento dos conhecimentos. Desde que iniciou, e especialmente nos últimos anos, a ação tem sido bem recebida pelos alunos, como cita Evandro. “Frequentemente aplicamos questionários aos estudantes, para saber o que acharam da oficina, se conseguiram entender a resolução do problema, e se veem esse aprendizado como algo importante para o futuro. É algo que eles não têm na escola, então acham bem importante e têm sido muito receptivos.”

BNCC

Nacionalmente, o ensino de computação faz parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) das escolas de Educação Básica. No último ano, o MEC homologou o Parecer CNE/CEB n° 2/2022, que determina o Ensino da Computação na Educação Básica em escolas a partir de 2023, considerado por Eduardo como de suma importância. “Com a própria BNCC incluindo a computação como assunto para os ensinos Fundamental e Médio, fomos percebendo cada vez mais a importância do projeto. Principalmente porque muitas escolas não têm condição de ter um professor lá ensinando, passando esses conhecimentos”, reflete.

Sobre a importância da inserção saudável da computação na vida das crianças, Evandro considera fundamental para o presente e futuro. “Vemos muito em discussões as pessoas falando das profissões do futuro. Desenvolver o pensamento computacional e a própria ideia de resolução dos problemas é fundamental para esse futuro. As pessoas estão sentindo essa necessidade e, cada vez mais, as profissões vão se beneficiar disso", destaca. E finaliza afirmando a importância desse pensamento em um contexto de globalização. "Com a inteligência artificial, é cada vez mais necessário preparar as pessoas para esse tipo de interação", argumenta o profissional.

Futuro

Para os próximos anos, Evandro revela que o objetivo principal é manter a qualidade do projeto e das ações desenvolvidas e atender ainda mais alunos, com maior capacitação. "A ideia que temos é de continuar o projeto e incluir outros estudos e ferramentas nele. Aumentar também o envolvimento dos professores e capacitações para os profissionais. Buscar novas formas de mostrar a importância do pensamento computacional nas escolas, para que elas possam ser incluídas em outras áreas do conhecimento. Na aula de Ciência, por exemplo, que os alunos possam criar um jogo, resolver problemas e demonstrar, naquela área de conhecimento, o aprendizado", prevê.

As oficinas educativas são mantidas pela Univates e não há custos para as escolas interessadas em levar maior conhecimento digital para os alunos. Professores da Educação Básica de escolas públicas ou particulares interessados em realizar as oficinas nas escolas ou na própria universidade podem entrar em contato com a coordenação do projeto através do e-mail pcextensao@univates.br.




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