Onyx defende aproximação das universidades com o setor privado

Onyx defende aproximação das universidades com o setor privado

Ministro da Casa Civil elogiou ministro da Educação e criticou a "base ideológica" das instituições de ensino

Correio do Povo

Onyx Lorenzoni concedeu entrevista para a Rádio Guaíba

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O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, criticou nesta sexta-feira o “emparelhamento ideológico” nas universidades federais e defendeu a aproximação dos centros de ensino com o setor privado. “O Brasil registra menos de três mil patentes novas por ano. Na Coreia, é quase 20 mil. Temos uma realidade que precisa ser revista e temos que olhar isso com atenção. A universidade brasileira tem que se aproximar, como são em outros países, da iniciativa privada no sentido de poder fazerem parcerias produtivas para o País, para gerar tecnologia e fazer o Brasil crescer”, afirmou em entrevista ao programa "Bom Dia", da Rádio Guaíba. Atualmente, as universidades públicas respondem por mais de 95% da produção científica nacional, de acordo com Academia Brasileira de Ciências.

Onyx defendeu que a situação do Ministério da Educação é uma das mais complicadas devido “à aplicação, no Brasil, das teses de Gramsci. “Enfrentamos o organismo mais complexo. Temos que voltar na história, durante esses últimos 30 anos temos. A conjugação desse movimento construiu uma base ideológica muito forte principalmente de matrizes socialistas e comunistas”, disse. “Todos nós concordamos da importância que as universidades federais têm para a história e para a vida do Brasil. Mas ao longo dos últimos anos, com raríssimas e honrosas exceções, é uma coisa que nenhum ex-aluno pode olhar e achar que está certo”, completou.

Para o ministro, seu colega titular da pasta de ensino, Abraham Weintraub, é um homem qualificado e que vai ajudar a aplicar “a aliança liberal-conservadora que construímos para poder resgatar o país do buraco”. “É um acadêmico, um economista, professor concursado da Unifesp, extremamente preparado e culto, como uma larguíssima experiência em gestão. Por mais de uma década foi o golden boy do Banco Votorantim. É uma pessoa altamente qualificada e vai dar um bom rumo para o MEC”, garantiu.

Atualmente, o Brasil destina cerca 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor. De acordo com Onyx, a verba é suficiente, mas o problema está na aplicação dos recursos e na gestão dos centros de ensino. “Somos o único país do mundo em que tu aumentas o grau de escolaridade da gurizada e tu não tens impacto econômico. Como se explica isso? Pela má qualidade do ensino brasileiro. Se tu pegas a distribuição do mapa brasileiro, tu vais encontrar, no Piauí, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina ou Ceará, escolas municipais com desempenho de primeiríssimo mundo. Então, o Brasil não precisa inventar coisa. E o que há nessas escolas? Professores comprometidos, com uma boa direção com interesse na comunidade. Nada substitui boa vontade, disciplina e qualidade”, argumentou.

“Não vi a população na rua”

Ao comentar os protestos de quarta-feira contra o contingenciamento das verbas para a educação, o político disse que não viu a população na rua. “Vi foi a academia, e aqui fala um filho de professor de uma universidade pública e um aluno formado em universidade pública”, afirmou, citando também a falta da bandeira nacional em uma manifestação a favor do País.

Muitas faculdades de medicina

Onyx também criticou o grande número de universidades na área médica. “Temos uma situação que precisa ser analisada com muito cuidado, quando o Mais Médico veio para o Brasil, a alternativa apresentada foi simplesmente multiplicar as universidades. Então, tivemos nos últimos três, quatro anos, um boom de faculdades de medicina. Para quê? Eu acho inadmissível faculdade de medicina que não tem hospital próprio. Ensina como? E se tu passares uma regra, mais de 50% dos novos cursos não têm. Precisamos conjugar o binômio disponibilidade de faculdades e qualidade”, disse.

Sobre o Mais Médicos, ele comentou que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estuda anunciar nas próximas semanas um novo modelo de programa, voltado para a mão de obra nacional. Sem muitos detalhes, avaliou que se resolve “o problema de distribuição espacial de médicos com uma uma carreira de Estado”. "O aluno que é contemplado com bolsa paga, por exemplo, atuando lá no Araguaia, no meio do Amazonas, no lado do Rio Negro. Qual o problema?”, indagou.




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