Pedra da Lua pode ser vendida para pagar dívidas de fundação em Bagé
Decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região autoriza comercialização de artefato considerado raro para quitar pendências trabalhistas
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Considerada rara, a “Pedra da Lua” guardada desde a década de 1970 em Bagé, na Fronteira-Oeste do Rio Grande do Sul, pode ser vendida para quitar dívidas trabalhistas. A decisão é do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, que realizou mediação entre a Fundação Átila Taborda, mantenedora do Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp), e entidades que representam credores.
Na sessão, mediada pelo vice-presidente do TRT-4, desembargador Alexandre Corrêa da Cruz, ficou acertado que o artefato poderá ser incluído no rol de bens passíveis de venda para quitação dos créditos trabalhistas.
A pedra foi trazida da Lua por astronautas norte-americanos é doada na década de 1970 pelo então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, ao então presidente do Brasil, general Emílio Médici. O objeto, então, foi doado por Médici tempos depois ao Museu Dom Diogo de Souza, que é administrado pela Urcamp. A instituição fica em Bagé, terra natal do general.
A documentação do artefato ainda será analisada, com objetivo de verificar a possibilidade de ele ser incluído no rol de bens da instituição.
Sobre a pedra
Acomodada em uma pequena esfera de acrílico, em um retábulo de madeira identificado com a bandeira do Brasil que integrou a missão lunar, a pedra de aparência esponjosa pesa 1,1 grama e mede pouco menos de um centímetro.
A amostra é considerada rara, por ser uma entre as 135 que foram distribuídas pelo mundo e ser prova física da segunda expedição tripulada à Lua, realizada pela Nasa.
Batizada de amostra 70017, a rocha lunar foi coletada em 1972, no vale de Taurus-Littrow, localizado na borda sudeste do denominado Mar da Serenidade, ao longo de um anel de montanhas formado entre 3,8 e 3,9 bilhões de anos.
O museu mantido pela Fundação Richard Nixon, presidente dos Estados Unidos entre 1969 e 1974, informa, em seu site oficial, que, após o retorno da Apollo 11, em 1969, uma série de rochas lunares foram enviadas para governos no exterior, salientando que cada um dos 50 estados americanos recebeu uma amostra.
Existe registro de exposição de uma rocha, no Brasil, em 1970, o que incluiu Porto Alegre. A amostra teria cumprido roteiro extenso de exposições em países da América do Sul. “Depois que a Apollo 17 retornou à Terra, em dezembro de 1972, Nixon organizou o envio de pedras lunares para chefes de Estado de 135 países”, destaca comunicado do museu.