Por falta de policiamento, prefeitura de Vitória suspende volta às aulas

Por falta de policiamento, prefeitura de Vitória suspende volta às aulas

Em virtude do protesto de familiares dos policiais militares, viaturas estão impedidas de saírem das garagens

Agência Brasil

Em virtude do protesto de familiares dos policiais militares, viaturas estão impedidas de saírem das garagens

publicidade

A prefeitura de Vitória suspendeu nesta segunda-feira a volta às aulas na rede municipal e o atendimento em todas as unidades de saúde da Capital do Espírito Santo. Segundo o executivo local, a decisão foi tomada em virtude do protesto de familiares dos policiais militares, que impedem a saída de viaturas dos batalhões. O objetivo é preservar a integridade e a segurança de alunos, pacientes e servidores e profissionais da saúde e da educação.

A suspensão das aulas acontece para os estudantes do turno matutino e vespertino e o reinício das atividades será decidido pela administração municipal. Nas unidades de saúde, a vacinação contra a febre amarela está temporariamente suspensa até o fim do protesto dos familiares de policiais militares. O atendimento nos pronto-atendimentos da Praia do Suá e São Pedro continua normal neste início de semana.

As manifestações de familiares começaram na sexta-feira, quando 12 mulheres, familiares de militares se reuníram em frente à 6ª Companhia, no bairro de Feu Rosa, na Serra, e fecharam a saída de viaturas. Elas reivindicam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno.

As manifestações se estenderam para outros batalhões durante o fim de semana e, segundo a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS), já atingem todos os batalhões do estado. 

Salário defasado

Segundo a ACS, o salário base de um policial no estado é R$ 2,6 mil, enquanto a média nacional chega a R$ 4 mil, "o pior salário do Brasil" e sem aumento salarial há anos. "Cansadas desta situação e de presenciar o estresse dos companheiros que, mesmo com o pior salário do país, saem para o serviço e cumprem com eficiência a missão que lhe é dada, elas resolveram reivindicar. Estas mulheres resolveram falar e elas representam a voz de todos os policiais militares neste momento", informou a associação.

O diretor Social e de Relações Públicas da ACS, Thiago Bicalho, disse que o movimento de mulheres foi espontâneo e que a associação está colaborando na interlocução com o governo do estado. "Mas o governo não quer dialogar. De forma equivocada e arbitrária disse que enquanto as mulheres não saírem não vão dialogar. E as mulheres estão batendo o pé que não vão sair", disse.

Bicalho contou que o fim de semana no Espírito Santo foi tumultuado, com aumento de criminalidade, com homicídios, arrombamentos, assaltos e arrastões. "Estamos lutando para que isso acabe. Agora o que precisávamos é dialogar", disse.

Ajuda federal

O governo do Espírito Santos solicitou apoio do governo federal para retomar o policiamento. Segundo o secretário de Segurança Pública, André Garcia, durante o fim de semana o estado negociou com os ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Defesa o envio das Forças Armadas e da Força Nacional. "Agora estamos ultimando o procedimento para que as forças sejam imediatamente disponibilizadas para o estado", disse em comunicado.

Garcia disse ainda que a justiça concedeu liminar declarando a ilegalidade do movimento, a necessidade de desobstrução de todos os quarteis e unidades da polícia. Também foi feita a substituição do Comando Geral da Polícia Militar, que será comandada pelo coronel Nilton Rodrigues. "Ele assume o comando com a missão de restabelecer a ordem e disciplina e continuar conversando com os policias com a premissa fundamental de colocar policiamento na rua", disse.



Pós-graduação, Formação para dirigentes educacionais e Prêmio de redação: confira a agenda deste sábado

Seleções são realizadas pela Universidade Estadual do RS, Federal do RS e Associação dos Juízes do estado

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895