Sistema de cotas avança no Rio Grande do Sul

Sistema de cotas avança no Rio Grande do Sul

Ainda que algumas Instituições tenham comissões, elas apontam os editais de ingresso como garantia

Vera Nunes

Sistema de cotas avança no Rio Grande do Sul

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Na edição do último final de semana, a reportagem do + Domingo abordou a regulamentação da reserva de vagas nas 59 universidades federais e nos 38 institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia do país. A medida buscou alterar a realidade vivida em 1997, quando apenas 2,2% de pardos e 1,8% de negros, entre 18 e 24 anos, cursavam ou tinham concluído um curso de graduação no Brasil. 

Mesmo com a aprovação da Lei 12.711 (que definiu o sistema de cotas) ainda há muitos desafios a serem enfrentados. Nesta matéria, os relatos das instituições mostram o panorama no RS e no país e, especialmente, como são tratados os casos de estudantes que tentam burlar a legislação, que completa cinco anos neste mês.

Panorama é diversificado no país

• Em 2013, foram completados 10 anos da experiência com cotas da Universidade Estadual do RJ (Uerj), uma das pioneiras no país. De 2003 a 2012, já ingressaram, pelo sistema de cotas, 8.759 estudantes. Destes, 4.146 são negros autodeclarados, outros 4.484 usaram o critério de renda, enquanto 129 pelo percentual de portadores de deficiência e índios.

• Na Unicamp (SP), o sistema de bonificação oferece 20 pontos ao candidato que se autodeclarar PPI e mais 60 para os que pedem acesso por ter baixa renda. Porém, a média de nota da universidade de Campinas é de 500 pontos, chegando a 700 pontos em cursos como o de Medicina. O resultado é um índice baixo de negros, pardos ou índios que acessaram a Universidade. Desde 2003, quando o modelo foi adotado, o percentual variou entre o mínimo de 10,7% no primeiro ano, e o máximo de 16%, em 2005. Em 2013, apenas 13,2% de PPIs entraram na Unicamp.

• No 2º semestre de 2004, a Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira instituição de Ensino Superior federal no país a adotar as cotas raciais como política de ação afirmativa. À época, reservaram-se 20% das vagas para quem se autodeclarasse como PPI. 

• Pioneira no debate, a Universidade de São Paulo (USP)  foi a última das grandes universidades a adotar a cota racial. A instituição paulista decidiu implantar, a partir de 2018, sistema similar ao estipulado pela Lei de Cotas. O Conselho Universitário da USP aprovou, no início de julho, que, a partir do próximo ano, serão reservadas 37% das vagas de cada unidade de ensino e pesquisa para alunos egressos de escolas públicas; em 2019, a porcentagem deverá ser de 40% de vagas reservadas em cada curso de graduação; para 2020, a reserva deverá ser de 45% em cada curso e turno de aulas; e no ingresso de 2021 e anos subsequentes, o índice passará a 50%, por curso e turno.





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