Tema da redação divide opiniões entre candidatos do Enem em Porto Alegre

Tema da redação divide opiniões entre candidatos do Enem em Porto Alegre

Cerca de 8,4 milhões de estudantes tiveram de dissertar sobre o combate à intolerância religiosa

Samantha Klein / Rádio Guaíba

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O tema da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicada neste domingo, foi um dos assuntos mais discutidos e citados nas redes sociais. Com a abordagem “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, cerca de 8,4 milhões de candidatos tiveram de dissertar sobre a questão. Entretanto, na saída das salas de aula, o tema dividiu a opinião dos estudantes em Porto Alegre.

Rafaela Cristina Oliveira, que pretende cursar Enfermagem, criticou o tema. Ela avaliou que há outros assuntos mais relevantes no País neste momento.”Educação no Brasil, saúde, sei lá, outros temas. Não religião. Cada um tem a sua”, considerou.

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Segundo o estudante Richard Martins, o tema fugiu das discussões do que realmente interessa em um momento político difícil para o Brasil. Para ele, faltou engajamento a debates em curso no Congresso, como a reforma do Ensino Médio e a PEC 241, que limita os gastos do governo pelos próximos 20 anos. “Mas quem formula a prova, infelizmente, não quer deixar margem para que o governo seja criticado”, ponderou.

Geórgia Medeiros, estudante em um cursinho pré-vestibular da Capital, disse que o tema é importante, mas defendeu a abordagem de outros assuntos, como homofobia e racismo. “A religião se mistura com a política até hoje e é errado. Mas ao mesmo tempo, existe muito preconceito contra as religiões”, lembrou.

Já a secundarista Michele Cristina disse ser adepta do candomblé. A estudante avaliou que a discussão é muito importante porque o preconceito resiste na sociedade brasileira. “Sou de religião, gosto do batuque. Sei que existe muita gente preconceituosa. E eu amo minha religião”, declarou.

O estudante Guilherme da Silva Gonçalves, que ainda não sabe qual graduação vai cursar, avaliou que o tema é complexo e merece ser discutido na atualidade. “Todas as religiões têm um lado bom e outro ruim, mas somente algumas são criticadas, caso do batuque. Acontece também o Islamismo. Muçulmanos bons são a maioria enquanto os terroristas são a minoria”.

Com a ocupação de 405 escolas e faculdades em todos os estados, cerca de 270 mil estudantes não puderam realizar o exame neste fim de semana, quase 2 mil deles em quatro locais do Rio Grande do Sul. A nova prova, para este grupo, ocorre em 3 e 4 de dezembro.



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