Valor do RU da Ufrgs subirá mais de 400% para servidores e terceirizados

Valor do RU da Ufrgs subirá mais de 400% para servidores e terceirizados

Valor subirá de R$ 1,75 para R$ 9,10; Estudantes seguirão pagando R$ 1,30 por refeição

Daiane Vivatti / Rádio Guaíba

Cerca de 15% das refeições servidas nos RU’s são para terceirizados e servidore

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A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) anunciou que vai aumentar em 420% o valor da refeição nos restaurantes universitários (RU’s) para não-alunos, ou seja, servidores da instituição e funcionários terceirizados. O valor passará de R$ 1,75 para R$ 9,10, a partir do dia 11 de setembro.

De acordo com a reitoria, foi feito um apontamento pela Controladoria Geral da União (CGU) dizendo que, atualmente, a Ufrgs está concedendo duplo benefício a esses profissionais – vale refeição e desconto no RU. Para os estudantes, o valor da refeição não terá alteração, permanecendo em R$ 1,30.

São servidas, diariamente, cerca de 10 mil refeições nos seis RU’s da instituição. No total, em 2016, foram 1.406.906 almoços e jantares. A Ufrgs tem cerca de 33 mil estudantes e 5 mil servidores e terceirizados. Atualmente, 15% das refeições servidas nos RU’s são para terceirizados e servidores, conforme dados do Sindicato dos Técnico-Administrativos da Ufrgs, UFCSPA e IFRS (Assufrgs).

A coordenadora geral da entidade, Mariane Quadros, questiona o fato de essa mudança ter sido apenas comunicada e não debatida com as entidades representativas. “Nós achamos que uma mudança desse tamanho, que inclui o sistema, possíveis demissões e aumento tão grande do valor devia ter sido trabalhada junto com as entidades representativas, no sentido de buscar soluções. O valor, a gente considera muito alto e, inclusive, estamos solicitando os dados para ver como foi calculado”, explica. O sindicato criou uma comissão para debater o assunto e tomar medidas após o recebimento da planilha utilizada pela universidade para definir o novo preço.

Hoje, todos os alimentos servidos são produzidos nos próprios restaurantes universitários, servidos por funcionários terceirizados, também responsáveis por fazer a cobrança no caixa. Entre as mudanças que serão implementadas neste segundo semestre, estão a compra de alimentos de uma empresa privada, que vai chegar pronta para ser servida aos usuários em alguns restaurantes, além da adoção do novo sistema de pagamento por boleto. Todas as pessoas que utilizam o serviço deverão comprar tíquetes (entre 6 e 50) antecipadamente, pela internet, para garantir o acesso aos RUs. O sindicato diz temer que as medidas tragam demissões, mas não apresentou uma estimativa de quantas pessoas podem ser afetadas.

A Universidade defende que a substituição no processo tem o objetivo de garantir a segurança dos profissionais, que até então lidam com dinheiro nos RUs. Com relação ao novo valor cobrado aos não-alunos, a instituição aponta a realização de um estudo com a estimativa de custos que “teve como objetivo detectar os gastos com cada refeição e, dessa forma, chegar ao menor valor possível de cobrança”.



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