Água sai de bueiros, mas muros de contenção não precisam ser acionados em Porto Alegre

Água sai de bueiros, mas muros de contenção não precisam ser acionados em Porto Alegre

Cota de alerta para a área central da cidade e margem do Guaíba é de 3 metros

Correio do Povo

Água saiu dos bueiros em Porto Alegre

publicidade

O fechamento das comportas do Sistema de Proteção Contra Inundações de Porto Alegre não foi realizado na manhã deste sábado graças a uma diferença de 40 centímetros no nível do Guaíba. Ao apontar que o nível das águas do Guaíba permanecia em torno de 2,60 m, o diretor-geral da Defesa Civil de Porto Alegre, coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, garantiu que “está longe de serem acionados os muros de contenção” no atual momento. A cota de alerta para a área central da cidade e margem do Guaíba, explicou ele, é de 3 metros. “O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) monitora permanentemente a situação. Ele está observação constante”, frisou. “Ainda não é motivo de alerta”, tranquilizou. 

As especulações nas redes sociais sobre o acionamento da contenção surgiram quando os bueiros do Quarto Distrito, sobretudo entre os bairros São Geraldo e Navegantes, começaram a extravazar água do Guaíba desde a noite de sexta-feira passada. A reportagem do Correio do Povo percorreu a área na manhã deste sábado e constatou a água saindo dos bueiros em diversas vias públicas, como na rua Ernesto Fontoura com avenida Missões, na rua Voluntários da Pátria e na rua do Parque, onde a proprietária de um restaurante estava preocupada.

A comerciante Ana Paula Fernandes, 39 anos, mantém o estabelecimento há dez anos no local. “Em 2015 ficamos 21 dias alagados e continuamos pagando os impostos. Estou com medo de que a água entre de novo”, relatou. Ela referiu-se ao forte extravasamento das águas naquele ano decorrente também de uma enchente e que resultou no fechamento das comportas da cidade na ocasião. Ela pretendia encerrar o expediente mais cedo neste sábado. “Vou deixar tudo em cima das mesas”, adiantou, acrescentando que faria também uma barreira com tábuas de madeira na porta fechada.

Em nota oficial divulgada na manhã deste sábado sobre a operacionalidade das comportas, a Prefeitura de Porto Alegre explicou que os níveis de atenção vão de 2,01 m a 2,49 m, de alerta de 2,50 m a 2,99 m, e crítico acima de 3 metros, quando então é solicitado ao Dmae, órgão responsável há um ano pela manutenção do sistema de drenagem da Capital, que seja acionado o mecanismo de contenção. A reforma de 12 dos 14 portões que compõem o Sistema de Proteção Contra Inundações está sendo finalizada. Eles estão localizados no Dique da Castelo Branco e na cortina de concreto da avenida Mauá. “Apenas o portão de número 12, na avenida Cairú, ainda demanda reparos finais”, esclareceu a nota. Os portões, com pesos entre 900 quilos e oito toneladas, receberam pintura, lubrificação, limpeza do entorno e recuperação dos trilhos que foram asfaltados ou furtados. 

O trabalho de reforma começou em janeiro deste ano, com apoio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb). As intervenções são realizadas pela empresa Bombas Sinos, pelo valor de R$ 416.699,00. De acordo com a nota oficial, testes de acionamento já foram realizados e “mostraram confiabilidade no sistema criado pelos técnicos do Dmae”.

Sobre o extravasamento da água dos bueiros, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou uma vistoria no bairro São Geraldo. “A região da avenida Voluntários da Pátria sofre recorrentemente com acúmulo de águas das chuvas, que demoram a escoar. O local possui redes de diâmetro insuficientes e de declividade inadequadas, bem como bocas de lobo e canalizações constantemente obstruídas devido aos detritos descartados irregularmente pela população”, esclareceu em uma nota oficial. “Já há estudos para melhorar a drenagem desta região, cujas obras dependem de captação de recursos. Enquanto isso, as equipes da prefeitura realizam recorrentemente a limpeza das redes, com remoção de grande quantidade de resíduos. O Dmae também tem feito ações de reconstrução e substituição de tubulações danificadas a fim de otimizar a drenagem pluvial”, acrescentou.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895