"Índice de ocupação das UTIs continua elevado", diz diretor de Regulação Hospitalar de Porto Alegre

"Índice de ocupação das UTIs continua elevado", diz diretor de Regulação Hospitalar de Porto Alegre

Até o início da noite desta sexta-feira, 676 pacientes estavam hospitalizados em leitos de terapia intensiva na Capital

Felipe Samuel

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O alto índice de contágio pelo novo coronavírus e a demanda por internações por conta de outras doenças mantêm a ocupação dos leitos de terapia intensiva em patamar elevado desde o início da semana em Porto Alegre. Até o início da noite desta sexta-feira, 676 pacientes estavam hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o que representava taxa de lotação de 93,76%. Isso significa que a rede de saúde de Porto Alegre tinha 45 leitos disponíveis, de um total de 733.

De acordo com dados do monitoramento das UTIs, 173 pacientes apresentavam diagnóstico de Covid-19. Entre os hospitais referência no tratamento da doença, a taxa de ocupação de leitos era superior a 85%. O diretor de Regulação Hospitalar da SMS, Jorge Osório, destaca o crescimento do número de infecções por conta da doença e afirma que as internações se estabilizaram em patamar elevado. "O índice de ocupação das nossas UTIs continua bastante elevado, embora isso seja praticamente uma rotina para as UTIs de Porto Alegre", observa.

Conforme Osório, a taxa de ocupação dos leitos de UTI por conta da variante ômicron é menor do que a observada com as variantes Delta e P.1. Ele alerta, no entanto, que qualquer mudança no cenário da pandemia, como a circulação de uma nova variante, pode impactar no a rede de saúde.

"Sempre que houver uma variante mais contagiosa, mesmo que se demonstre com menos probabilidade de evoluir para falência respiratória, nos causa preocupação, justamente porque também requer isolamento internos dos hospitais", frisa.

Como o sistema de saúde da Capital é referência também para atendimentos de alta complexidade, Osório ressalta que a ocupação dos leitos de terapia intensiva historicamente é elevada. "Nunca tivemos em Porto Alegre um cenário de UTIs ociosas, pouco ocupadas", garante.

Ele reconhece que o novo pico das internações por Covid-19 impacta em outros serviços. "Temos um cenário de represamento de cirurgias eletivas e complexas que vão precisar de UTI para recuperação. Isso atrapalha nesse momento, justamente quando a gente estava numa retomada das eletivas", afirma.

Osório explica que a ocupação elevada das UTIs também reflete nas emergências. "A gente percebe que quando ultrapassamos 90% e nos aproximamos de 95% de ocupação, isso vai se refletir nas portas de urgência, porque os pacientes acabam ficando represados. A emergência consegue manter um paciente grave, mas não deve permanecer com esse paciente por longo tempo ali", afirma. "Quando as UTIs começam a ficar em patamar elevado, isso vai se refletir nas portas de urgência. A gente está percebendo isso essa semana", completa.

Diante do crescimento de casos de crianças com Covid-19, ele alerta a população para a importância da vacinação desse grupo. "O aumento de internações de crianças nos preocupa e reforça o nosso apelo de ter que vacinar. A gente está voltando às aulas e o risco de contágio vai aumentar ainda mais. A população tem que aderir ao esquema vacinal da população infantil para que a gente tenha um cenário melhor possível a partir de agora com a retomada das aulas", completa.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou nesta sexta mais 16.203 novos casos confirmados de Covid-19, além de 62 mortes em decorrência de complicações da doença. O total de óbitos registrados no Estado desde o início da pandemia chega a 37.479. Com 1.958 pacientes em leitos de terapia intensiva, a taxa de lotação era de 63,6%. Do total, 583 tinham diagnóstico para a Covid-19.


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