Último dia do Feirão de Empregos do Sine atrai centenas de pessoas em Porto Alegre

Último dia do Feirão de Empregos do Sine atrai centenas de pessoas em Porto Alegre

Ao todo, 17 empresas ofereceram vagas no evento, e mais sete escolas de qualificação participaram ofertando serviços

Felipe Faleiro

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Mais uma vez, longas filas de pessoas se formaram no entorno do Sine de Porto Alegre, no último dia do Feirão de Empregos 250 anos de Porto Alegre, nesta quinta-feira. O prédio fica na Avenida Sepúlveda, mas o contingente de pessoas percorria a calçada, dobrava a Rua Siqueira Campos e seguia pela Rua Capitão Montanha. Gente de todas as idades, bairros e até cidades diferentes, que, em comum, partilhavam o sentimento de esperança pelo primeiro emprego ou uma recolocação no mercado de trabalho. Muitos se conheceram na própria fila do evento.

Ao todo, foram atendidas 2,6 mil pessoas – 868 fichas foram distribuídas no primeiro dia, 914 no segundo e 818 no terceiro. Carla Simone Pereira, do bairro Santa Tereza, era uma das últimas da fila no começo da tarde desta quinta. Ela tem um casal de filhos, mais uma enteada, e três netos. Trabalhou por mais de nove anos em uma rede de supermercados no Menino Deus, e está sem emprego há sete meses, depois de ter feito um acordo com o último empregador. “Descansei neste período e consegui me sustentar com o seguro-desemprego”, disse ela.

A jovem Alexsandra Leite, 17 anos, mora no Passo das Pedras, e buscava seu primeiro emprego como jovem aprendiz. Ela tem deficiência, e fez amizade com outras pessoas na fila do feirão. “Busco oportunidade como atendente ou auxiliar”. Vinícius Souza, 19 anos, veio de Viamão. Formado em Administração, ele também estava de olho na primeira oportunidade de emprego, e chegou na fila por volta das 8 horas. “A gente às vezes fica sem comer, ou compra o que tem por aqui mesmo. Vim outro dia, mas não consegui vaga”, salientou ele.

Morador da Vila Cruzeiro, Marlon Rodrigues disse que procura emprego há três anos, como vendedor ou atendente no comércio. “Vou ficar aqui até o final, espero conseguir. Cheguei a pensar em sair da fila, porém permaneci. Pago condomínio, luz. O gás está muito caro”, afirmou. Ele saiu às 6 horas de casa, e chegou na fila às 7 horas. Era o meio da tarde quando a reportagem o localizou. Nayanna Carvalho, também da Cruzeiro, saiu às 6h30 de casa. Disse que não havia almoçado ainda. “Faltei à aula hoje para estar aqui. Quero poder ajudar minha mãe, que tem um problema de visão, e meu irmão”, disse ela, que é estudante do 3º ano do Ensino Médio.

Em meio à longa fila, uma pessoa aparecia mais sorridente do que as demais. Taiane Pereira, moradora de São Leopoldo, conseguiu uma entrevista de emprego no Chalé da Praça XV. “Acordei às 6 horas para vir”, comentou ela. O diretor do Sine de Porto Alegre, Adriano Weinmann, afirma que o feirão tem como um de seus objetivos “amenizar os efeitos da pandemia”. “Vemos que há muito desemprego. E temos, aqui, um perfil bem diversificado de pessoas, desde as mais humildes até outras com uma condição um pouco melhor. Todas, de alguma forma, foram afetadas pela Covid-19. Muitas tiveram de se reinventar, buscar uma nova profissão, se qualificar”, disse ele.

Ao todo, 17 empresas ofereceram vagas no evento, e mais sete escolas de qualificação participaram ofertando serviços. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo  (SMDET) e empresas participantes do programa Mais Crédito também estiveram presentes, orientando a população sobre como ser um microempreendedor individual e como obter crédito para investir no próprio negócio. A próxima edição do Feirão de Empregos está marcada para o dia 30 de abril, no Porto Seco, em local ainda a ser definido.


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