Acampamento pela Vida alerta para importância da prevenção do suicídio

Acampamento pela Vida alerta para importância da prevenção do suicídio

Evento ocorre no Parque Marinha do Brasil neste domingo

Franceli Stefani

Evento ocorre até as 17h de domingo

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A cada 45 minutos, um brasileiro comete suicídio, porém a estimativa é de que o número seja três vezes maior. Os dados apresentados pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) alertam para um risco grave, que teve um aumento nos números nos últimos anos. Para levar a mensagem até a comunidade, o grupo, através de uma parceria com a prefeitura de Porto Alegre e o governo do Estado, organizou o  Acampamento Pela Vida neste domingo, no Parque Marinha do Brasil, junto com Departamento de Esportes.

A ação alertou a importância de identificar, prevenir e combater o problema. Gratuito e com diversas atividades artísticas, culturais e caminhada, a atividade, em alusão ao Setembro Amarelo, segue até as 17h. De acordo com a coordenadora do CVV Porto Alegre, Liziane Eberle, o Estado tem uma média de 1.100 casos por ano. "Não há discriminação por faixa etária. Há registros em todas elas. Nós temos aqui o dobro da média do índice nacional", descreve.

As taxas elevadas causam preocupação. Há ainda as tentativas de tirar a própria vida, porém a grande parte ainda não é conhecida porque a notificação obrigatória ao Sistema de Saúde ainda é recente. A voluntária do CVV, Alethéa Sperb, reforça que a melhor forma de prevenir o suicídio é preservar a vida. "Ainda existem tabus. Cerca de 90% dos casos, conforme os especialistas, de pessoas que tiram a própria a vida têm uma doença mental não tratada adequadamente. A ideia é que seja possível identificar os sinais do suicida antes que algo ocorra", expressa.

Foto: Guilherme Almeida

Nem tudo é intenso. "A principal mensagem que queremos passar é a de que é fundamental escutar o outro." A vice coordenadora do Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, Marilise Fraga de Souza, ressalta a importância de observar os casos de mudança de comportamento, assim como os casos de auto mutilação - principalmente entre jovens. "Quando a pessoa participava das coisas, trabalhava e começa a ficar isolada. Não consegue fazer as coisas do dia a dia, não interage, tem humor triste, alterações de sono e apetite, são sinais de alerta", informa.

Frases como "eu não sirvo para nada", "se eu for embora ninguém vai notar", "eu sou um estorvo", além de outras, também podem significar alerta.  Durante todo o domingo ocorreram atividades físicas - como aula de  "Salsa Fit", ginástica rítmica e partidas de vôlei com o time LGBT -, aulão de meditação organizada pela Brahma Kumaris - prática reconhecida como protetora da saúde mental e capaz de prevenir o adoecimento do cérebro e do aparelho cardiovascular -, além de escuta do CVV e rodas de conversa sobre prevenção do suicídio, recreação infantil e contação de histórias, além de caminhadas que saíram do parque em direção à orla do Guaíba e ao Acampamento Farroupilha.

O Centro de Valorização da Vida existe desde 1962 e presta serviço voluntário e gratuito 24 hoas por dia. O atendimento é feito através do telefone 188, chat ou pessoalmente. Mais informações no site do centro.

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