Afastamentos atingem pelo menos 1,4 mil profissionais da saúde no RS

Afastamentos atingem pelo menos 1,4 mil profissionais da saúde no RS

O número é 88,21% superior ao registrado no último levantamento feito pelo Correio do Povo, feito em 5 de maio

Jessica Hübler

Entre os afastados estão médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais funcionários dos setores administrativos das unidades de saúde

publicidade

Pelo menos 1,48 mil profissionais da saúde estão afastados dos postos de trabalho no Rio Grande do Sul por conta da pandemia do novo coronavírus. As causas dos afastamentos são diversas, entre elas a suspeita ou a confirmação da doença, além dos afastamentos preventivos de funcionários que pertencem a grupos de risco ou que apresentaram sintomas gripais. O número é 88,21% superior ao registrado no último levantamento feito pelo Correio do Povo, feito em 5 de maio, quando eram 789 profissionais afastados no Estado. Até o momento, uma profissional da saúde faleceu. Os dados foram coletados entre 1 e 3 de junho.

Entre os afastados estão médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais funcionários dos setores administrativos das unidades de saúde. Entre as 19 cidades pesquisadas, o número chega a um total de 1.485 afastamentos computados. Porto Alegre é a que apresenta o maior número de afastamentos, chegando a 642, o que representa 43,23% do total. Na rede municipal, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), são pelo menos 291 afastamentos, sendo 250 afastados por suspeita da Covid-19 e 41 confirmados fora dos postos de trabalho.

No Grupo Hospitalar Conceição (GHC) são 313 afastados, dos 9,1 mil no total. Conforme o diretor administrativo e financeiro do GHC, Cláudio Oliveira, destes, 128 relacionados a Síndromes Gripais. Dos suspeitos e confirmados, Oliveira informou que desde o começo da pandemia, o GHC teve 112 que testaram positivo para a Covid-19, sendo que 86 já retornaram ao trabalho e 26 seguem afastados. “Dos suspeitos foram testados e deram negativo, são 440. Destes, 386 já retornaram ao trabalho e 54 seguem afastados, devendo retornar em breve”, afirmou.

No Hospital de Clínicas, por enquanto, 38 funcionários estão afastados, destes, seis aguardam o resultado do exame da Covid-19 e 32, que tiveram resultado positivo, aguardam o término do período de transmissão do vírus, de 14 dias, para retornar ao trabalho. O Hospital Moinhos de Vento não repassou dados dos afastamentos e informou, por meio de nota, que os colaboradores, “no momento em que são afastados por licença médica, passam a ser pacientes”. 

“Em virtude disso, respeitando princípios éticos e legais, o Hospital Moinhos de Vento não divulga os dados relativos aos afastamentos. Todas essas informações, quando envolvem casos suspeitos ou confirmados de Covid-19, são encaminhadas à vigilância epidemiológica, que dá o trato adequado e avalia sobre possível divulgação”, diz a nota do Moinhos. A instituição informou ainda que, ao longo de três meses, “entre os 7.500 colaboradores e médicos do corpo clínico, 0,79% dos profissionais testaram positivo para Covid-19”.

Depois de Porto Alegre, no segundo lugar com maior número de afastamentos na área da Saúde está Gravataí, com 174 e, em terceiro lugar, Novo Hamburgo, com 159 profissionais afastados. Em Gravataí, conforme a Secretaria da Saúde, 130 profissionais foram afastados por pertencerem a grupos de risco, oito estão em licença-maternidade, 31 em licença saúde, três recebendo benefício previdenciário e dois por afastamento temporário, pois tiveram diagnóstico positivo para a Covid-19. Com o objetivo de compensar os afastamentos, a Secretaria da Saúde de Gravataí informou que concede horas extras para os funcionários que ficaram na linha de frente, realizou a reorganização das lotações e dos fluxos de atendimento, ampliou da validade das receitas e aumentou as nomeações até o limite do necessário e do disponível em cadastro reserva.

Em Novo Hamburgo, conforme a Prefeitura, entre os 159 afastamentos, 73 estão com suspeita da Covid-19 e 32 tiveram diagnóstico positivo para a doença. Na cidade, 27 profissionais gestantes ou lactantes também estão afastadas e outros 27 por doenças crônicas. Entre os profissionais afastados estão 12 médicos, 62 técnicos de enfermagem, 19 enfermeiros e 66 profissionais das áreas de administração, limpeza e outros serviços.

Pelo menos três cidades conseguiram zerar o número de profissionais da saúde afastados. São elas: Bagé, Alvorada e Farroupilha. Em Canguçu, na região Sul do Estado, apesar de a Prefeitura registrar o afastamento de 18 profissionais da saúde, nenhum deles possui suspeita ou confirmação da Covid-19. 

Confira a lista de afastamentos dos profissionais de saúde em cada cidade:

Porto Alegre: 642
Gravataí: 174
Novo Hamburgo: 159
Cachoeirinha: 94
Caxias do Sul: 85
Pelotas: 71
Santa Cruz do Sul: 71, entre eles seis estagiários
Esteio: 44
Guaíba: 40
Sapucaia do Sul: 24
Canoas: 27
Bento Gonçalves: 18
Canguçu: 18
Rio Grande: 13
Uruguaiana: 1 
São Leopoldo: 4
Bagé: zero
Alvorada: zero
Farroupilha: zero

TOTAL: 1.485


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895