Agentes da EPTC devolvem R$ 2 mil que empresário deixou cair no Aeroporto

Foi num descuido, nem deu para ver. O empresário Wilson Luiz Pippi, de Santo Ângelo, chamou o Uber e, ops, caíram nada menos que R$ 2 mil de seu bolso ali no chão. Era, contadinho, o dinheiro que seria usado na viagem que ele fará pelo Nordeste daqui a poucos dias. Seria uma história de se lamentar se não fossem os agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que presenciaram a cena, ocorrida por volta das 19h desta segunda-feira, na saída do Aeroporto Internacional Salgado Filho. "Eu não percebi nada e, quando estava chegando no meu apartamento, recebi um telefonema dos agentes da EPTC perguntando se eu era o Wilson", contou o empresário.

Ele, que não costuma andar com carteira por conta do volume e tem a mania de amarrar com um atilho cartões de crédito, do plano de saúde, documentos e até mesmo o dinheiro em espécie, não acreditou no que ouviu: havia deixado tudo cair. "Não é possível, eu pensei. Nunca perdi nada na minha vida, já viajei os cinco continentes e nunca perdi nada. Então botei a mão no bolso e constatei que, realmente, não estava com meus documentos, nem com o dinheiro", afirmou, explicando que normalmente não carrega dinheiro em espécie, mas que estava com os R$ 2 mil por conta da viagem que fará para Natal, no Rio Grande do Norte, onde vai matar as saudades de uma filha.

"Estávamos fazendo a vistoria de rotina nos táxis do Aeroporto e, quando terminamos, eu acabei encontrando o dinheiro, os cartões e os documentos próximo à faixa de segurança da saída do Terminal 2", contou o agente da EPTC, Luciano Gomes. Ele entrou em contato com a operadora do plano de saúde de Pippi, caminho pelo qual conseguiu o número do celular do empresário. "Liguei para ele e avisei que estávamos com os pertences."

Foi então que Gomes e outros dois colegas foram até o apartamento de Pippi: "Eu vi que era a única atitude possível, estava na cara que o dinheiro era da pessoa. Não passou outra coisa pela minha cabeça, não tinha outra coisa a se fazer", declarou Gomes. Quando os agentes da EPTC chegaram, o empresário comentou que ficou estarrecido. "Eu não acreditei, porque no momento difícil que vivemos, com milhões de desempregados e essa dificuldade econômica, os rapazes encontrarem R$ 2 mil e devolver, eu achei que é um procedimento, não que seja anormal, mas de um ineditismo absoluto. Para mim isso não acontece muito fácil", pontuou.

Ele destacou que provavelmente outra pessoa teria devolvido apenas os cartões e os documentos. "Eu sabia que tinha R$ 2 mil, eles me entregaram. Eu contei e estava tudo ali. Então falei que fiquei encantado com a honestidade desses meninos, isso realmente me surpreendeu. Precisamos elogiar a própria EPTC por isso aí, porque é maravilhoso. Agradeci muito".