Ambulantes vendem no Centro de Porto Alegre enquanto comerciantes estão fechados pela pandemia

Ambulantes vendem no Centro de Porto Alegre enquanto comerciantes estão fechados pela pandemia

CDL e Sindilojas apontam concorrência desleal por conta de ordens do Estado e Município

Gabriel Guedes

Ambulantes seguem comercializando seu produtos no Centro de Porto Alegre

publicidade

A proliferação de vendedores ambulantes pelo Centro de Porto Alegre durante a pandemia deflagrou um clima de injustiça. Enquanto o comércio legal, que emprega e paga impostos, se mantém fechado, acatando as ordens do Estado e do Município, muitos ambulantes seguem comercializando seus produtos. 

Tanto a CDL quanto o Sindilojas afirmam que a situação é bastante danosa, formando uma concorrência desleal principalmente aos negócios que disputam clientes com eles, como o do ramo de vestuário e acessórios de moda e para celulares. O diretor de fiscalização da Prefeitura de Porto Alegre, Denis Carvalho reconheceu o aumento e reafirmou que o Município está atuando diariamente na mitigação do problema.

“Situação cresceu bastante no centro da Capital. Inclusive é uma situação de injustiça, para quem está pagando funcionários, impostos, aluguéis, e ainda não consegue trabalhar. E no mesmo local da loja, em frente, tem o ambulante, que não paga imposto, não tem cuidados com higiene e segurança. Isso tem que ser combatido de forma enérgica”, pediu o presidente da CDL Porto Alegre, Írio Piva. 

Ambulantes seguem nas ruas do Centro. Foto: Alina Souza

Estela Costa, 45 anos, é dona de uma loja que vende bijuterias e acessórios como bolsas, há 20 anos, em uma galeria entre as ruas General Andrade Neves e dos Andradas. “Acho que a presença deles influencia no meu fluxo de clientes. Vendem mais em conta. Mas procuro ter aqui mais variedade e qualidade sobre os mesmos itens vendidos por eles”, contou.

O presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, alertou para forma de atuação dos ambulantes e camelôs, que escapam rápido da fiscalização. “Eles são organizados. Recolhem o material rapidamente e vão para outro lado. Precisamos ter umas cem pessoas fiscalizando o Centro”, disse, ao se referir a necessidade de um efetivo de fiscalização maior. 

“Estamos atuando sempre com ações de fiscalização, principalmente no Centro. Nunca paramos, nem mesmo nesta época de pandemia. Hoje pela manhã já retiramos ambulantes da (rua dos) Andradas e (avenida) Borges de Medeiros”, assegurou Carvalho, ao mencionar o aproveitamento da mesma equipe de fiscalização que atuou no acompanhamento da reabertura de pequenos comércios da Capital.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895