Ameaças ao governador são uma afronta, diz comandante da BM

Ameaças ao governador são uma afronta, diz comandante da BM

Em vídeo, supostos PMs assumiram autoria de protesto com explosivo falso na Capital

Correio do Povo

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O comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Sérgio Roberto de Abreu, considerou uma “afronta ao Estado de Direito” as ameaças feitas ao governador Tarso Genro por supostos policiais militares (PMs), com fardas da corporação e toucas ninjas, em vídeo enviado à TV Record nessa quinta-feira.

Nas imagens, a dupla fala que Tarso não os está levando a sério. “O senhor está querendo que seja colocada uma bomba real, ao invés de um simulacro, igual ao que foi deixado hoje no viaduto”, declararam.  Eles se referiram ao protesto com explosivo falso registrado ontem no Centro de Porto Alegre, a poucos metros do Palácio Piratini.

Segundo o coronel Abreu, as atuais manifestações não têm sentido diante da iniciativa do governo em negociar a melhoria dos vencimentos dos policiais, buscando resolver uma histórica defasagem salarial herdada. O comandante ressaltou a intenção do governo de recuperar os salários ao longo dos quatro anos. “Estamos apenas com nove meses”, lembrou. Ele não descarta inclusive a possibilidade de interesses políticos estarem por trás destes atos. “Não querem o entendimento”, avaliou. “Somente a BM já prendeu 18 mil este ano”, disse.

O vídeo, confirmou o comandante, já está sendo investigado. Caso não sejam policiais militares, os autores poderão também ser responsabilizados por falsidade ideológica, por exemplo. "Essas manifestações estão no campo da criminalidade", afirmou. “Temos vários inquéritos instaurados em todo o interior, mas é um trabalho bastante difícil, complexo. Certamente nós vamos chegar a essas pessoas.”

Na opinião do governador Tarso Genro, que se manifestou no início da tarde dessa quinta-feira sobre o protesto em Porto Alegre, a finalidade das “ações nada tem a ver com as negociações salariais”. Ele afirmou que os responsáveis pelos protestos estão à margem da negociação. “As ações são feitas por pessoas encapuzadas, na clandestinidade, e que prejudicam o conceito da Brigada Militar, que está indignada com essa vinculação que tem sido feita.”

A Associação Beneficente Antonio Mendes Filho dos cabos e soldados condenou a ação no Centro de Porto Alegre. “Esse tipo de protesto não é feito por entidades de classe. Nós estamos negociando com o governo e pede que cesse esse tipo de protestos para a gente chegar em um salário de R$ 3,2mil até 2014”, disse o presidente da entidade, Leonel Lucas. 
 
Assita ao vídeo da retirada do explosivo:



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