Anatel pretende investir R$ 170 milhões na fiscalização de telefonia móvel

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai monitorar individualmente as antenas de telefonia móvel nos municípios com mais de 300 mil habitantes para avaliar a qualidade do serviço prestado pelas operadoras. A Anatel pretende investir cerca de R$ 170 milhões na fiscalização. O anúncio foi feito pelo presidente da agência, João Batista de Rezende, que nesta sexta-feira participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa, onde prestou informações sobre as medidas tomadas pela agência para melhorar a telefonia móvel no país. Rezende prometeu ainda expandir a internet móvel 4G. “A previsão é que Porto Alegre conte com o serviço a partir de 2014”, destacou.

O presidente do Sindicato das Empresas de Telefonia (Sinditelebrasil), Eduardo Levy, disse que o Brasil é um dos países com maior competitividade no setor o que acaba resultando em tarifas mais baixas. Segundo ele, o Rio Grande do Sul é um dos mercados mais importantes e as operadoras de telefonia móvel estão investindo para melhorar a qualidade do serviço.

Já o presidente da Anatel observou que a preocupação da agência sempre foi pela busca da qualidade. “Temos dois eventos importantes no país e precisamos ter, durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas, um serviço de telefonia móvel de qualidade”, acrescentou. Conforme Rezende, entre 2006 e 2011, a agência aplicou R$ 1,2 bilhão em multas às operadoras, mas como isso não resolveu, o serviço passará por avaliações trimestrais. “O comprometimento das empresas têm que ser muito sério, no sentido de resolver o problema da telefonia”, comentou.

O presidente da Anatel disse que ocorre um descompasso entre a venda e a ampliação da rede no país. Sobre o preço da telefonia do Brasil, Rezende acredita que a carga tributária pesa muito mais do que é cobrado pelas empresas. O presidente da Anatel informou que o call center da Anatel, através do número 1331, está à disposição dos consumidores para possíveis reclamações sobre o serviço oferecido pelas operadoras. Segundo Rezende, a agência resolve 95% das queixas recebidas.

O deputado Ernani Polo (PP), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica e Telefonia, explicou que o objetivo da audiência foi discutir a carência da cobertura pelas operadoras e também os elevados custos cobrados dos consumidores. “O serviço de telefonia móvel precisa ser de qualidade e hoje deixa a desejar porque a Anatel não cobra das operadoras investimentos na melhoria dos serviços”, comentou.