Antigos casarões são roteiro do último passeio de 2018 do programa Viva Porto Alegre a Pé

Antigos casarões são roteiro do último passeio de 2018 do programa Viva Porto Alegre a Pé

Público participante foi orientado por historiadores e arquitetos especializados em patrimônio e restauro

Correio do Povo

projeto, que foi retomado em meados do ano passado, é realizado pelo Centro de Pesquisa Histórica e pela Coordenação da Memória Cultural da SMC

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Sobreviventes de uma época, os antigos casarões da avenida Independência foram o roteiro do último passeio de 2018 do programa Viva Porto Alegre a Pé, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC). A caminhada percorreu durante duas horas a Casa Godoy, a Casa Torelly, a Casa Frasca e o Palacete Argentina, além da Casa nº 1005 na esquina com a rua Fernandes Vieira.

Estimado em cerca de 60 pessoas, o público participante foi orientado por historiadores e arquitetos especializados em patrimônio e restauro, visitando inclusive os interiores das cinco casas e palacetes. O projeto, que foi retomado em meados do ano passado, é realizado pelo Centro de Pesquisa Histórica e pela Coordenação da Memória Cultural da SMC. O arquiteto Eduardo Hahn explicou que trata-se de um programa de educação patrimonial. “É trazer ao encontro da população um patrimônio que está ao redor dela e não percebe”, sintetizou.

Através do conhecimento, afirmou, as pessoas criam uma relação e vínculo que “leve naturalmente à preservação e à conservação”. A Casa Godoy e a Casa Torelly são de propriedade municipal e o Palacete Argentina é federal. Já a Casa Frasca e a Casa nº 1005 (onde está um restaurante) são de particulares. No passeio são abordados aspectos arquitetônicos, históricos e artísticos de cada imóvel. Além de Eduardo Hahn, a equipe de orientadores é composta por Lucas Volpatto, Luiz Antônio Custódio e Rosilene Martins Possamai.

De acordo com Eduardo Hahn, a avenida Independência surgiu como uma estrada antiga para Gravataí. Na época, observou, Porto Alegre concentrava-se apenas na área onde está o Centro Histórico. “As famílias com maiores poderes aquisitivos foram construindo esses casarões ao redor dessa estrada que era a região mais alta e arejada da cidade. A partir das décadas de 50 e 60 entra no país uma nova concepção arquitetônica e urbanística ligada ao modernismo que nega justamente os movimentos anteriores. As pessoas não valorizavam os casarões naquela época. Eles eram ditos como retrógrados” contou. “Esses casarões em toda a cidade foram então sendo demolidos para a construção de edifícios altos. Estabeleceu-se a verticalização”, acrescentou o arquiteto.

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