Após 26 dias de greve, bancários voltam ao trabalho em Porto Alegre

Após 26 dias de greve, a maior parte dos bancários gaúchos voltou ao trabalho nesta terça-feira, com exceção dos servidores do Banrisul. A procura pelo atendimento foi grande nas principais agências de Porto Alegre, ainda durante a manhã. Antes do início do expediente, às 10h, funcionários limparam as fachadas dos prédios, cobertas com adesivos indicando o descontentamento da categoria.

Apesar da possibilidade de viabilizar muitas operações pela internet e pelos caixas eletrônicos, os clientes tinham pendências bancárias adiadas até ontem. A vendedora Zenilda Perinazzo, 51, correu para a Caixa Econômica Federal (CEF), no Centro da Capital, para assinar os documentos do financiamento da casa própria. “A gente consegue se virar com contas e outras coisas, mas isso dependia do fim da greve”, explicou a filha dela Mariê Korb, 27.

A estudante Patrícia Fischer, 16 anos, teve um problema no cartão do Banco do Brasil e não conseguiu utilizar nenhum serviço da instituição financeira enquanto durou o movimento da classe de trabalhadores. Por sorte, não enfrentou fila e resolveu a situação ainda na manhã de hoje, na agência localizada na rua Sete de Setembro.

Pronto para enfrentar movimento no Bradesco, o auxiliar administrativo João Carlos Pimentel, 46, levou um monte de contas para pagar. No entanto, entrou e saiu rapidamente da agência. “Foi bem tranquilo. Consigo pagar muitas coisas pela internet”, disse.

Na segunda-feira, os bancários decidiram aceitar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Quem atua no Banco do Brasil, Caixa e bancos privados voltou a trabalhar.

Assembleia no Banrisul

Depois de optarem por permanecer em greve por tempo indeterminado, os funcionários do Banrisul se reúnem à tarde, no Clube do Comércio, em nova assembleia. Nessa manhã, foi servido um pão com salsichão para os grevistas, que deram um abraço simbólico no prédio da agência que fica na Praça da Alfândega. 

A terça-feira marca o 27º dia da greve dos profissionais que buscam, entre outros avanços na pauta específica, igualdade de oportunidades, fim de metas abusivas, fim do assédio moral, avanços na PLR e no piso Banrisul.

Os profissionais ainda pedem pela aceleração no enquadramento dos empregados que estão defasados em relação a tempo e serviço, aplicando a regra a partir de janeiro do próximo ano. A categoria ainda pede melhorias aos funcionários das áreas de TI e do Call Center do banco.


Trabalhadores deram um abraço simbólico na sede do Banrisul / Foto: Jonatas Dias / Especial / CP