Após alagamento, moradores de Porto Alegre enfrentam lixo
Famílias da vila Recanto do Chimarrão tiveram casas inundadas pela chuva
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Ao chegar no local, ainda havia acúmulo de água nas proximidades. A causa identificada foi a grande quantidade de lixo doméstico que bloqueava a vazão da água nos bueiros. “Tenho certeza que se não houvesse tanto lixo irregular, Porto Alegre não alagaria desta maneira. O DEP virou faxineiro na cidade”, desabafou o diretor, enquanto acompanhava o serviço das equipes na zona Norte. Na terça-feira, essa região foi a mais afetada pelas fortes chuvas, que alagaram residências e bloquearam as principais avenidas.
Sobre a vila Recanto do Chimarrão, Boelter explicou que após a forte chuva, a água se acumulou pelo bloqueio provocado pelo lixo. Inclusive, pela força da água, o muro e parte do telhado de uma casa caíram no arroio e uma ponte também foi destruída. “Todo esse material, associado ao lixo que já existia no local fizeram com que o arroio transbordasse”, explicou o diretor. Ontem, enquanto a equipe fazia a limpeza, era possível ver o grande volume de lixo retirado do arroio, em especial material de reciclagem, como plástico e papéis. A última dragagem do arroio foi realizada em agosto do ano passado, o que reduziu os casos de transbordamentos.
De acordo com a Defesa Civil, 60 famílias desta comunidade receberam auxílio, como colchões, cobertores e cestas básicas. Outras 30 residências também foram afetadas pelo transbordamento do arroio Chimarrão.
O diretor do DEP anunciou que está prevista a ampliação da capacidade de bombeamento na unidade zonal Norte de Conservação, localizada na avenida Sertório. A expectativa é ampliar a capacidade de bombeamento de 7,5 mil litros de água por segundo para 24 mil litros. Mesmo assim, ele reconhece que se a questão do lixo não for resolvida, os problemas vão continuar ocorrendo.
Pensando nisso, o DEP lançará uma campanha de conscientização sobre o descarte do lixo irregular. Serão colados adesivos nos bueiros para alertar a população sobre a possibilidade de alagamentos. “É essencial a participação da população para que o trabalho final tenha resultado”, pediu.