Após encontro com Prefeitura, Simpa segue em greve geral

Após encontro com Prefeitura, Simpa segue em greve geral

Reunião foi pautada sobre fim do parcelamento e retirada de projetos de lei na Câmara Municipal

Henrique Massaro

Simpa conseguiu na manhã desta terça-feira se reunir com a Prefeitura

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Depois de uma semana de greve geral, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) enfim conseguiu, na manhã desta terça-feira, se reunir com a Prefeitura. Os servidores colocaram duas pautas na mesa de negociações com o vice-prefeito Gustavo Paim: o fim do parcelamento salarial e a retirada dos projetos de lei do Executivo na Câmara Municipal. Após a reunião, que contou a presença de vereadores da base aliada e do oposição, não se chegou a nenhum acordo e a paralisação continua por tempo indeterminado.

Com relação ao fim do parcelamento de salários, o vice-prefeito disse que a questão passa por análise do Tribunal de Contas, mas que o posicionamento continua o mesmo. “Não há recursos para comportar as despesas do município. As receitas são inferiores as despesas. Não tem conversa ou acordo que produza um fato, que crie dinheiro. Infelizmente não existe e não tem como garantir que não vá continuar a haver parcelamento de salário, porque não há condições de pagar em dia”, disse Paim.

Já os projetos encaminhados pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior ao Legislativo, de acordo com o vice-prefeito, são alternativas às dificuldades de receitas e despesas, como a revisão do IPTU, por exemplo. Paim ainda discordou de opiniões do Sindicato de que não estaria ocorrendo diálogo, pois, para ele, a democracia já está no momento em que os textos são encaminhados à Câmara. “Está na casa do povo, dos 36 vereadores que representam a população de Porto Alere para debater avanços e melhorias dos projoetos que lá estão. Eles estão lá para serem dialogados.”

Não houve acordo nenhum, portanto, após a reunião. Paim disse, contudo, que propôs à diretoria do Simpa que leve a discussão dos textos dos projetos a sua assembleia geral, que seria relizada ainda hoje, para analisar se há pelo menos algo que se esteja de acordo. Segundo o vice-prefeito, o Sindicato tem se mostrado irredutível a colocar que a greve só terá fim com a retirada total das medidas. “Esperamos que o Sindicato compreenda, que tenha fim a greve e que nós possamos prestar os serviços a toda a população de Porto Alegre, que é o objetivo de todos”, disse.

Para o diretor-geral do Simpa, Alberto Terres, o governo deixou a categoria sem alternativas e sem nenhuma possibilidade de terminar a greve. Ainda segundo ele, o pedido do vice-prefeito para que se abra mão de alguns pontos dos projetos é algo inviável. “Não tem como fazermos isso, porque todos os projetos atacam a categoria. Não tem como abrirmos mão de direitos conquistados há décadas. É uma proposta que não encontra eco no conjunto de trabalhadores em função disso”, afirmou Terres.

Ainda conforme o diretor-geral, a categoria saiu frustrada do encontro com a Prefeitura, pois não foi apresentado nenhum posicionamento positivo do Executivo com relação a pauta da greve. “Por outro lado, a categoria sai fortalecida, porque está indignada com esse posicionamento do governo que não dialoga e não apresenta nenhuma saída para os trabalhadores e trabalhadoras saírem da greve”, comentou Terres, que ainda disse que a questão seria levada para a assembleia geral para conseguir uma adesão ainda maior do que a que vem ocorrendo.

“A tendência com certeza é a continuidade, porque não podemos sair de uma greve sem nenhuma proposta positiva. É o governo que está colocando os trabalhadores em greve no município de Porto Alegre nesse momento.”

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