Após explosão em Ipatinga, sindicato pede mais segurança

Após explosão em Ipatinga, sindicato pede mais segurança

Dois dias antes do acidente, trabalhador morreu em situação semelhante

Agência Brasil

Após explosão em Ipatinga, sindicato pede mais segurança

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 Após a explosão de um gasômetro na Usiminas de Ipatinga (MG) há três dias, o Sindicato dos Metalúrgicos quer mais garantias e condições de segurança para os trabalhadores. A assessoria da Usiminas informou que nesta segunda-feirao expediente em Ipatinga será retomado e gradativamente a normalidade será instalada. Algumas áreas, sem conexão com o setor afetado, reiniciaram suas atividades um dia após a explosão. O acidente ocorreu na última sexta-feira por volta das 12h40min, quando muitos trabalhadores estavam em horário do almoço, o que para especialistas, foi positivo, pois o impacto da explosão poderia ter sido maior.

"O sindicato exige a garantia de que não tenha mais risco para os trabalhadores. Poderia ter sido uma tragédia maior, poderia ter matado trabalhadores e intoxicado a população da cidade", afirmou em entrevista à Agência Brasil o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região, Geraldo Magela.

Normalidade


Em seu último comunicado à imprensa, a Usiminas informa que "prossegue com o plano de retomada gradual das operações, com a máxima segurança" e afirma que as causas "continuam sendo investigadas pelas equipes técnicas, com o apoio de autoridades competentes". Segundo o presidente do sindicato, a Usiminas não oferece treinamento adequado para os trabalhadores que atuam em áreas de risco, não faz manutenção adequada nos equipamentos e deixa de fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários para garantir a segurança dos trabalhadores.

Em nota, a Usiminas afirma que segue as melhores práticas internacionais de segurança, alinhadas às da siderurgia mundial, e esclarece que todas as denúncias que chegam por meio dos sindicatos são integralmente apuradas. "As denúncias, independentemente de sua natureza, são verificadas e recebem o devido tratamento por parte da empresa."

Investigações

Magela disse que o sindicato quer que um integrante da entidade acompanhe diretamente as investigações sobre a explosão do gasômetro. Foi enviado um ofício com a solicitação. Nesta segunda-feira haverá reunião de um representante sindical com a direção da Usiminas. Com relação ao acidente, a empresa destaca que as causas continuam em apuração por equipes técnicas. "Os trabalhos estão sendo acompanhados pelas autoridades competentes. A empresa reitera que está disponibilizando todas as informações solicitadas pelos órgãos do Poder Público."

O Ministério Público de Minas Gerais e representantes de órgãos ambientais instalaram um gabinete de crise para apurar o acidente e investigar a dimensão da explosão. O promotor responsável pelo trabalho, Rafael Pureza Nunes da Silva, afirmou que um inquérito civil público será instaurado para verificar os danos ambientais. A ação será conduzida pela Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Ipatinga.

Semelhança

Para Magela, as condições que provocaram a explosão no último dia 10 são semelhantes às que mataram o trabalhador Luís Fernando Pereira, de 38 anos, apenas dois dias antes do acidente. O trabalhador terceirizado fazia manutenção da tubulação que leva o gás para o gasômetro. A suspeita do sindicato é de que ele tenha se intoxicado com gás durante a operação.

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