Após mortes, ciclistas protestam em Porto Alegre

Após mortes, ciclistas protestam em Porto Alegre

Grupo pediu maior segurança no trânsito depois de atropelamento de duas jovens

Correio do Povo

Ciclistas realizam protesto pacífico na Capital

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Após o atropelamento de duas ciclistas por ônibus na quinta-feira, centenas promoveram um protesto pacífico na noite desta sexta na região central de Porto Alegre. Eles se reuniram desde o fim da tarde na Praça Garibaldi, esquina da Erico Verissimo com a Venâncio Aires, e pediram mais segurança no trânsito da Capital. A concentração foi organizada pela internet.

O movimento provocou o bloqueio de diversas vias centrais da cidade nesta noite. Por volta das 19h30min, o fluxo de veículos na Erico, entre Ipiranga e Venâncio Aires, ficou completamente fechado para os ciclistas. Muitos também acompanharam o grupo a pé por alguns trechos, enquanto palavras de ordem contra a violência no trânsito eram proferidas. Posteriormente, eles se dirigiram à sede da EPTC.

O protesto também causou bloqueios na Aureliano de Figueiredo Pinto e Getúlio Vargas. Em alguns momentos, os manifestantes pararam e fizeram atos de apoio às famílias das vítimas. O ato terminou por volta das 22h em frente ao Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa. Conforme a EPTC, nesse horário, todas as vias fechadas já estavam liberadas.

Ainda na quinta, um grupo menor havia feito uma vigília para homenagear uma das vítimas. Uma ciclista de 19 e outra de 21 anos foram mortas. Uma delas foi atingida na própria Érico Veríssimo e a outra no cruzamento das ruas Martim Félix Berta com 6 de Novembro.

Ciclistas querem rigor na apuração

Na análise do advogado Francisco Antônio Paim, representante do movimento Massa Crítica, que reúne adeptos do ciclismo como meio de transporte e estilo de vida, é necessária uma perícia criteriosa sobre os tacógrafos dos ônibus envolvidos nos dois acidentes que mataram as ciclistas na quinta-feira. Ele também pediu mais consciência dos condutores de todos os tipos de veículos e olhar mais apurado de toda a sociedade sobre o modelo de gestão pública para o trânsito.

Embora aparentemente tardia, diante a trágica perda de duas vidas em circunstâncias semelhantes, a reflexão deverá ser inevitável, garante o criminalista. Antônio Paim acredita que além da rígida apuração sobre a eventual responsabilidade dos motoristas, a sociedade deverá fazer cobranças da Administração pública sobre seu plano de gestão, em especial, da mobilidade cicloviária. “Não adianta pintar no chão faixas para bicicletas, sem a devida educação dos condutores de todas as modalidades sobre as leis e as práticas de boa convivência. Sem ampla educação, pintura no chão é apenas maquiagem de atuação pública, para prestar satisfação a eleitores”, provocou.

“Nutrimos a expectativa de que testemunhas do fato fiquem sensibilizadas e se apresentem à Polícia para ajudar a elucidar estas dúvidas”, concluiu o advogado.









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