Após pausa, julgamento será retomado à tarde

Após pausa, julgamento será retomado à tarde

Bombeiros são julgados pelo incêndio que matou 242 pessoas na boate Kiss

Correio do Povo

Bombeiros são julgados pelo incêndio que matou 242 pessoas na boate Kiss

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* Com informações do repórter Renato Oliveira

O primeiro dia de julgamento sobre o incêndio da boate Kiss teve uma pausa perto das 12h30min desta terça-feira. Oito bombeiros denunciados por supostos crimes de prevaricação e descumprimento de lei, regulamento ou instrução são ouvidos hoje. O julgamento ocorre desde as 9h40min no auditório da Justiça Militar, em Santa Maria, na região central do Estado. A sessão volta a partir das 13h30min.

Apenas oito familiares das vítimas do incêndio da boate Kiss, ocorrido em janeiro de 2013, acompanham o primeiro dia de julgamento. De acordo com o coordenador do Movimento de Santa Maria de Luto à Luta, Flávio Silva, os bombeiros ficaram à paisana para pegar as senhas, que foram distribuidas na segunda-feira. A maioria das pessoas que acompanha a audiência é relacionada aos reús.

Estão sendo julgados o ex-comandante do 4º Comando Regional dos Bombeiros Moisés da Silva Fuchs, o tenente-coronel da reserva Daniel da Silva Adriano, que era comandante da Secção de Prevenção a Incêndio quando ocorreu a concessão do primeiro alvará para a boate; e o capitão Alex da Rocha Camillo, que seria responsável por assinar o segundo documento.

Nesta quarta, será a vez dos soldados Gilson Martins Dias e Vagner Guimarães Coelho, que teriam realizado a última vistoria na casa em 2011; Marcos Vinicius Lopes Bastide, que inspecionou a Kiss; e o sargento Renan Severo Berleze, que era da equipe de análise de Planos de Prevenção e Combate de Incêndio, além do aluno sargento Sergio Roberto de Andrades.

A tragédia

O incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Dos jovens que participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.

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