Arquivada denúncia de Maurício Dal Agnol contra delegados federais

Arquivada denúncia de Maurício Dal Agnol contra delegados federais

Advogado, acusado de lesar mais de 30 mil clientes no RS, alegava extremo abuso de autoridade pelos policiais

Acácio Silva

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O procurador da República em Passo Fundo, Fredi Everton Wagner, determinou o arquivamento da representação do advogado suspenso da OAB, Maurício Dal Agnol contra delegados da Polícia Federal, que o prenderam no dia 22 de setembro último. A representação de Dal Agnol, apontado como líder de uma quadrilha que lesou mais de 30 mil pessoas no Estado, era contra os delegados Mário Luiz Vieira e Mauro Vinicius Soares de Moraes, além de outros agentes federais.

Na petição encaminhada ao Ministério Público Federal, os advogados de Maurício Agnol alegavam que em sua prisão – realizada em via pública, em horário e local de grande movimento, com aviso prévio aos veículos de comunicação - foi usado de extremo abuso de autoridade. Alegavam ainda a violação aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, exposição em via pública, retirado de forma violenta do veículo, utilização de algemas e uso desnecessário de armas de grosso calibre.

Ao determinar o arquivamento, o Procurador da República Fredi Everton Wagner contesta as alegações dos advogados do réu, afirmando que os agentes federais estavam devidamente identificados com o mandado de prisão preventiva sendo cumprido dentro dos procedimentos legais. Com relação ao local da prisão, afirma que é inquestionável que a autoridade policial considerou as circunstâncias de fato e fez a avaliação dos riscos para que fosse garantida a segurança da ação. O Procurador ressalta, ainda, que a autoridade policial tinha conhecimento que Maurício Dal Agnol estaria se organizando para fugir do país, o que se confirmou com a apreensão de significativa quantia de dinheiro em espécie, além do passaporte com visto válido.

Fredi Everton Wagner define como legitima a opção de abordagem em via pública, pois se a prisão fosse no escritório do advogado dependeria de aviso prévio à OAB, atrasando o cumprimento da ordem e pondo em risco, devido a possibilidade de vazar informação da operação. O Procurador da República concluiu não haver no caso concreto qualquer situação que possa configurar o crime de abuso de autoridade dos policiais federais envolvidos no cumprimento da ordem de prisão expedido pelo Juízo Estadual contra Maurício Dal Agnol.

A decisão do Procurador da República foi proferida no dia 27 último. A partir da ciência, os advogados de Dal Agnol tem prazo de cinco dias para recorrer. Maurício Dal Agnol continua recolhido ao presídio regional de Passo Fundo. 

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