Associação Médica Brasileira alerta para risco de novo colapso do sistema de saúde

Associação Médica Brasileira alerta para risco de novo colapso do sistema de saúde

A AMB pediu que o Ministério da Saúde restabeleça imediatamente e sem instabilidades o acesso aos dados epidemiológicos de Covid-19

Correio do Povo

Hospital - Covid-19 - UTI

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O Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid da Associação Médica Brasileira (CEM Covid AMB) divulgou nota nesta quinta-feira informando que o Brasil iniciou o ano com uma perigosa combinação de fatores que podem contribuir para um cenário trágico de novo colapso do sistema de saúde. O CEM Covid AMB também alertou para o risco da falta de insumos imprescindíveis ao enfrentamento da pandemia no país nas próximas semanas.

"O primeiro fator é a inconsistência na totalização de dados nacionais que ficam sob a tutela do Ministério da Saúde desde 10/12/2021, principalmente em relação à computação de casos suspeitos, testes laboratoriais positivos, tanto da rede pública quanto privada, notificação de internações e óbitos por Covid, devido aos problemas técnicos ainda não completamente resolvidos até a presente data na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ‘sistema mãe’ que recebe todas essas informações essenciais para o planejamento em termos de saúde pública", diz o manifesto.

O CEM Covid AMB avalia que o “apagão de dados” do Ministério da Saúde não poderia vir em pior hora, pois coincidentemente a partir da primeira semana de dezembro de 2021 começaram a ser identificados os primeiros casos da variante Ômicron do SARS-COV-2 no Brasil. 

A nova cepa tem altíssimo poder de transmissibilidade e de promover reinfecção por Covid quando comparada com as anteriores, o que a levou em poucas semanas a ser a variante predominante circulando no país, lotando unidades básicas e de pronto-atendimento em todos os estados.

"Não obstante os fatores acima, ainda se somou simultaneamente ao cenário epidemiológico nacional o aumento exponencial de casos de infecção pelo vírus Influenza A H3N2 Darwin, inicialmente circulando nas grandes metrópoles e mais recentemente também em cidades do interior, contribuindo para a já citada superlotação nas diversas unidades responsáveis pelo atendimento de síndrome gripal, tanto no âmbito público quanto privado", assinala. 

O CEM Covid AMB atesta que, em particular, os profissionais de saúde foram diretamente afetados por essa grave conjunção de circulação dos dois vírus (SARS-COV-2 e Influenza A H3N2 Darwin). Isso por terem maior risco de exposição ocupacional a esses patógenos, situação demonstrada nas últimas semanas pela altíssima taxa de afastamento por síndrome gripal de médicos, enfermeiros e outros profissionais que estão na linha de frente.

"Portanto, urge que o Ministério da Saúde restabeleça imediatamente e sem maiores instabilidades a entrada e também o acesso aos dados epidemiológicos tão necessários para as ações de prevenção e enfrentamento à Covid no Brasil. É também fundamental a promoção de estratégias de otimização no atendimento aos pacientes com síndrome gripal, bem como garantir a testagem para Covid e Influenza, que está ameaçada por falta de insumos laboratoriais", enfatiza. A entidade ainda pediu ao Ministério da Saúde ações práticas e concretas em atenção à sobrecarga e adoecimento dos profissionais de saúde.


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