Ato na Redenção protesta contra absolvição de empresário no caso Mariana Ferrer

Ato na Redenção protesta contra absolvição de empresário no caso Mariana Ferrer

Cerca de 150 pessoas se manifestaram contrárias à sentença que absolveu André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a influenciadora digital

Christian Bueller

O ato, o terceiro da semana, foi pacífico e bastante colorido, com apoio de pedestres e motoristas que passavam pelo local

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Manifestantes de movimentos feministas foram às ruas em todo o país neste final de semana. Em Porto Alegre, o ato em favor da influenciadora digital Mariana Ferrer ocorreu na tarde deste domingo, no Parque da Redenção. Cerca de 150 pessoas protestaram contra a sentença que absolveu o empresário André de Camargo Aranha da acusação de estupro feita jovem, que ainda foi humilhada pelo advogado de defesa Cláudio Gastão da Rosa Filho durante a audiência que julgava o caso.

Bandeiras em punho, cartazes escrita à mão e gritando frases de ordem, o grupo, majoritariamente feminino, se reuniu próximo ao Monumento ao Expedicionário. Com a ajuda de um carro de som, algumas lideranças expressavam suas ideias e contavam experiências. O ato, o terceiro da semana, foi pacífico e bastante colorido, com apoio de pedestres e motoristas que passavam pelo local. “A cada oito minutos, uma mulher é abusada. Excelentíssimo juiz, eu quero ser respeitada”, eram algumas das frases ditas ao microfone, repetidas pelos participantes do ato, em alusão às falas de Mariana durante a sessão.

Antes da manifestação, uma intervenção artística do grupo de teatro Levanta Favela estendeu um pano vermelho no chão e cantou músicas de protesto. “A gente quer justiça, tanto para ela, quanto para todas as mulheres que sofrem violência”, afirmou a atriz Danielle Brito. Segundo ela, é importante que cada um dê sua opinião, pois “o mundo pede posição”. Coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufrgs, Ana Paula de Souza é integrante do movimento Juntas e lembrou que o caso da influenciadora digital de Santa Catarina não é isolado. “Com este ‘estupro culposo’ que não existe, foi aberto um precedente para outras situações de abusos contra mulheres. Muitas acabam sendo mortas”, completou.

A idealizadora do ato, a comerciante Bruna Gronitzki diz que concebeu o protesto ao saber do caso de Mariana, que se junta a outros crimes diários contra as mulheres. “Não achei que teríamos tanta gente. Mas vi que bastante gente começou a compartilhar o evento nas redes sociais. Foi incrível, não só aqui, como no país todo. A Mariana não está sozinha”. Bruna lembra de situações de assédio que já sofreu. “Estava na fila de um parque aquático, quando alguém se aproveitou e passou a mão em mim”, recorda. Ela lamenta que os homens, em geral, vão demorar para conscientizar. “Mas, as mulheres devem continuar denunciando”, indica.


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