ATP adia decisão, mas 12 linhas de ônibus podem ser suspensas na próxima semana

ATP adia decisão, mas 12 linhas de ônibus podem ser suspensas na próxima semana

Sem autorização da prefeitura, entidade decidiu adiar medida em respeito aos passageiros

Cláudio Isaías

12 linhas de ônibus devem ser afetadas na Capital

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Mesmo com o anúncio da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) de que 12 linhas de ônibus seriam suspensas nesta segunda-feira em Porto Alegre, a prefeitura não autorizou a suspensão solicitada pela entidade e disse que irá manter a circulação. Na semana passada, a ATP havia anunciado a decisão em função das dificuldades financeiras das empresas em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A entidade decidiu adiar a medida em respeito aos passageiros, mas na próxima semana deve encerrar os atendimentos.

Em nota, a ATP afirmou que já entregou 12 ofícios para a prefeitura desde o início da pandemia, mostrando e comprovando o prejuízo do setor com a queda no número de passageiros. De acordo com a entidade, a perda para as empresas que operam transporte público na Capital já chega a R$ 46 milhões. A associação também argumenta que as empresas privadas ainda não receberam nenhum auxílio do governo municipal. Entretanto, a Carris teria recebido um aporte financeiro de R$ 6 milhões.

Na manhã desta segunda-feira, nos terminais da avenida Salgado Filho (ônibus Cefer) e da rua Uruguai (Cruzeiro do Sul e Pereira Passos) os passageiros ficaram surpresos com a possibilidade de suspensão da linha. A estudante universitária Larissa Soares disse que utiliza quase que diariamente o ônibus Cefer para os seus deslocamentos até a avenida Antônio de Carvalho, na zona Leste da cidade. "Não é possível terminar com a linha. Tem muita gente que depende desse ônibus", ressaltou.   

Em dias úteis, as linhas informadas transportam mais de 15 mil passageiros, o que representa quase 6% da demanda atual do sistema. Seriam 526 viagens a menos por dia durante a semana. Aos sábados, a suspensão atinge mais de sete mil passageiros, 5% da demanda do dia e 390 viagens a menos. Na sexta-feira, o prefeito Nelson Marchezan Júnior afirmou em uma rede social  que encaminhou à Câmara de Vereadores no começo deste ano uma série de projetos “para baratear a passagem e tornar o transporte mais acessível”.

De acordo com o prefeito, o pacote ainda aguarda votação. Marchezan disse ainda que a descontinuidade dos serviços é um descumprimento de contrato e que a operação deveria ser mantida. “As empresas não podem tomar uma medida de forma unilateral. Vamos manter a posição de exigir a continuidade e, ao mesmo tempo, estamos preparando alternativas para uma possível interrupção do transporte, inclusive com apoio do Exército”, afirmou o prefeito.

Em nota, a ATP afirmou que em relação a suspensão das 12 linhas, foi avisada, conforme solicitado pela diretoria da EPTC com dez dias de antecedência, e notificado oficialmente na segunda feira passada. O documento menciona que Porto Alegre é a única capital brasileira que não recebeu auxílio municipal para o transporte coletivo. A nota diz que em relação à ameaça de intervenção, "parece que a prefeitura esqueceu muito rápido as consequências da intervenção de 1989, onde quem pagou a conta foi o contribuinte".

As linhas que poderão ser atingidas com a suspensão de atendimento por parte da ATP são:

- 361 CEFER

- 255 Caldre Fião

- 718 Ilha da Pintada

- 705 2 Aeroporto / CEASA

- B09 Aeroporto / Indústrias / Iguatemi

- 654 Educandário Petrópolis

- 473 Jardim Carvalho / Jardim do Salso

- 525 Rio Branco / Anita / Iguatemi

-  282 Cruzeiro do Sul

-  282 1 Pereira Passos

- 289 Rincão / Via Oscar Pereira

- 2843 B.Velho (S.Francisco) / Rincão / Betão até Azenha.


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