ATP adia decisão, mas 12 linhas de ônibus podem ser suspensas na próxima semana
Sem autorização da prefeitura, entidade decidiu adiar medida em respeito aos passageiros
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Mesmo com o anúncio da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) de que 12 linhas de ônibus seriam suspensas nesta segunda-feira em Porto Alegre, a prefeitura não autorizou a suspensão solicitada pela entidade e disse que irá manter a circulação. Na semana passada, a ATP havia anunciado a decisão em função das dificuldades financeiras das empresas em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A entidade decidiu adiar a medida em respeito aos passageiros, mas na próxima semana deve encerrar os atendimentos.
Em nota, a ATP afirmou que já entregou 12 ofícios para a prefeitura desde o início da pandemia, mostrando e comprovando o prejuízo do setor com a queda no número de passageiros. De acordo com a entidade, a perda para as empresas que operam transporte público na Capital já chega a R$ 46 milhões. A associação também argumenta que as empresas privadas ainda não receberam nenhum auxílio do governo municipal. Entretanto, a Carris teria recebido um aporte financeiro de R$ 6 milhões.
Na manhã desta segunda-feira, nos terminais da avenida Salgado Filho (ônibus Cefer) e da rua Uruguai (Cruzeiro do Sul e Pereira Passos) os passageiros ficaram surpresos com a possibilidade de suspensão da linha. A estudante universitária Larissa Soares disse que utiliza quase que diariamente o ônibus Cefer para os seus deslocamentos até a avenida Antônio de Carvalho, na zona Leste da cidade. "Não é possível terminar com a linha. Tem muita gente que depende desse ônibus", ressaltou.
Em dias úteis, as linhas informadas transportam mais de 15 mil passageiros, o que representa quase 6% da demanda atual do sistema. Seriam 526 viagens a menos por dia durante a semana. Aos sábados, a suspensão atinge mais de sete mil passageiros, 5% da demanda do dia e 390 viagens a menos. Na sexta-feira, o prefeito Nelson Marchezan Júnior afirmou em uma rede social que encaminhou à Câmara de Vereadores no começo deste ano uma série de projetos “para baratear a passagem e tornar o transporte mais acessível”.
De acordo com o prefeito, o pacote ainda aguarda votação. Marchezan disse ainda que a descontinuidade dos serviços é um descumprimento de contrato e que a operação deveria ser mantida. “As empresas não podem tomar uma medida de forma unilateral. Vamos manter a posição de exigir a continuidade e, ao mesmo tempo, estamos preparando alternativas para uma possível interrupção do transporte, inclusive com apoio do Exército”, afirmou o prefeito.
Em nota, a ATP afirmou que em relação a suspensão das 12 linhas, foi avisada, conforme solicitado pela diretoria da EPTC com dez dias de antecedência, e notificado oficialmente na segunda feira passada. O documento menciona que Porto Alegre é a única capital brasileira que não recebeu auxílio municipal para o transporte coletivo. A nota diz que em relação à ameaça de intervenção, "parece que a prefeitura esqueceu muito rápido as consequências da intervenção de 1989, onde quem pagou a conta foi o contribuinte".
As linhas que poderão ser atingidas com a suspensão de atendimento por parte da ATP são:
- 361 CEFER
- 255 Caldre Fião
- 718 Ilha da Pintada
- 705 2 Aeroporto / CEASA
- B09 Aeroporto / Indústrias / Iguatemi
- 654 Educandário Petrópolis
- 473 Jardim Carvalho / Jardim do Salso
- 525 Rio Branco / Anita / Iguatemi
- 282 Cruzeiro do Sul
- 282 1 Pereira Passos
- 289 Rincão / Via Oscar Pereira
- 2843 B.Velho (S.Francisco) / Rincão / Betão até Azenha.