Audiência pública discute moradia de famílias da Ocupação Saraí e Vila Boa Esperança

Audiência pública discute moradia de famílias da Ocupação Saraí e Vila Boa Esperança

Encontro ocorreu na Câmara de Vereadores de Porto Alegre

Claudio Isaías

Comunidades da Ocupação Saraí e Vila Boa Esperança estiveram em audiência pública nesta terça-feira

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A situação das famílias da Ocupação Saraí, que estão em um prédio na rua Caldas Júnior, no Centro de Porto Alegre, e da Vila Boa Esperança, em uma área na avenida Bento Gonçalves, na zona Leste da cidade, foi discutida nesta terça-feira durante uma audiência pública realizada no plenário Ana Terra, pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

O representante da Secretaria do Patrimônio da União, Antônio Carlos Nunes Jung, disse que a instituição tem a maior boa vontade e sempre que possível realiza a regulação fundiária das famílias em áreas da União. No entanto, segundo Jung, para se obter êxito na regularização das famílias da Vila Boa Esperança o acordo deverá passar por um entendimento com a Universidade Federal do Rio Grande Sul (Ufrgs). “A universidade tem que demonstrar interesse em resolver a situação das famílias e partir daí o Patrimônio da União poderá atuar”, esclareceu.

A universidade foi criticada pelos vereadores Fernanda Melchiona e Roberto Robaina, ambos do PSOL, por não ter enviado um representante ao debate. A vereadora frisou que a Ufrgs foi convocada para participar da audiência pública na Câmara.

O vereador Roberto Robaina considerou um desrespeito a universidade não ter debatido com as pessoas que vieram da zona Leste em busca de uma solução. Robaina propôs uma “reunião mobilizadora” com o reitor Rui Vicente Oppermann. “Precisamos de uma ação pesada na sede da universidade para denunciar que a Ufrgs não quer negociar”, ressaltou.

A coordenadora geral do DCE da Ufrgs, Regina Brunet de Alencar e Silva, disse que não é possível que a universidade queira retirar 98 famílias da área e que não tem um local para onde ir. “Tentamos uma reunião da reitoria com as famílias e a universidade se nega a conversar”, explicou Regina.

O chefe de gabinete do Departamento Municipal de Habitação (Demahb), Everson Corrêa da Silva, afirmou que a instituição é parceira das comunidades da Ocupação Saraí e Vila Boa Esperança e que está trabalhando forte na regulação fundiária e no cooperativismo. “Somos parceiros para buscar sempre a conciliação na questão da regularização fundiária na cidade”, destacou. Silva explicou que o município é um incentivador do cooperativismo para que se consiga resolver o problema de habitação popular em Porto Alegre, em especial o caso da Ocupação Saraí.

O prédio da rua Caldas Júnior é ocupado há quatro anos pelas famílias da Ocupação Saraí. Já na Vila Boa Esperança, onde as famílias vivem desde a década de 1960, a Ufrgs entrou na justiça em 2016 com um processo de reintegração de posse da área.

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