Bancários fazem caminhada contra independência do Banco Central
Eles afirmam que banqueiros iriam interferir ainda mais na política econômica brasileira
publicidade
Dezenas de bancários em greve caminharam da Praça da Alfândega nesta quinta-feira até o Banco Central (BC), em Porto Alegre, localizado na avenida Alberto Bins. Eles demonstraram contrariedade às propostas de independência da instituição. “Dessa forma, os banqueiros iriam interferir ainda mais na política econômica do Brasil”, observou o coordenador de Política Sindical da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), Juberlei Bacelo. Ele lembrou que é o BC quem controla a inflação e estabelece a taxa de juros, além do câmbio. Conforme ele, essa é uma posição antiga da categoria. “É como colocar a raposa a cuidar do galinheiro”, ressaltou.
O presidente do Sindbancários, Everton de Morais Gimenis, ressaltou que um BC independente só atende aos interesses dos bancos. “Em vez de os recursos serem investidos na produção, seriam revertidos somente para a especulação”, ressaltou. Conforme ele, exemplos no mundo em que as políticas econômicas funcionaram dessa forma foram péssimas para a população. “Em 2008, ocorreu aquela quebradeira na Europa. Na Inglaterra, chegaram até a estatizar bancos”, ressaltou. Gimenes ressaltou que a greve dos bancários está cada vez maior e os trabalhadores estão aderindo todos os dias. “A ideia é aumentar a pressão, para que seja retomada a negociação”, ressaltou, se referindo à proposta salarial e outras demandas. A reivindicação da categoria é de reajuste é de 12,5%.
O grupo também atribuiu ações que prejudicam os trabalhadores ao Banco Central. Um exemplo são as terceirizações . Durante a caminhada, os bancários entregaram panfletos à população. Eles colocaram um carro de som em frente ao BC e bloquearam parte da via.
