Bituca de cigarro teria iniciado incêndio em presídio de Canoas

Bituca de cigarro teria iniciado incêndio em presídio de Canoas

Fogo atingiu depósito de colchões da penitenciária localizada no bairro Guajuviras

Correio do Povo

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O terceiro incêndio em uma casa prisional gaúcha, em menos de uma semana, foi registrado por volta do meio-dia desta segunda-feira. Agentes penitenciários controlaram com extintores e água da rede de hidrantes o fogo ateado no depósito de colchões por detentos da Galeria F da Pecan 2 do Complexo Penitenciário de Canoas, na Estrada do Nazário, no bairro Guajuviras. Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), uma bituca de cigarro acesa foi arremessada pela janela para dentro da sala através do pátio interno usado para o banho de sol dos apenados. As chamas provocaram uma densa fumaça podia ser vista à distância. O efetivo do 8ºBatalhão de Bombeiros Militar foi acionado por precaução.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também compareceu no local. O levantamento do prejuízo estava sendo realizado. O superintendente da Susepe, Ângelo Carneiro, informou no início da tarde que 68 detentos da Galeria F foram identificados como envolvidos no incidente. “Eles não aceitaram as regras da Pecan. Não quiseram por exemplo botar uniforme e reivindicaram as próprias regras. Mesmo assim, os agentes penitenciários fizeram cumprí-las”, afirmou. Ângelo Carneiro ressaltou que os apenados rebelados serão removidos para estabelecimentos prisionais comuns. No lugar deles, salientou, será trazido “quem aceita cumprir com o regramento da Pecan”.

O cigarro dentro do pátio foi proibido para “coibir esse tipo de ação”. O titular da Susepe garantiu que o incidente em Canoas “não tem relação nenhuma com os outros sinistros ocorridos nos albergues”. Ângelo Carneiro revelou inclusive que o Poder Judiciário manifestou total apoio à Susepe, sendo instaurado procedimento administrativo disciplinar. “O Estado não vai ceder de forma alguma”, assegurou. “Não queremos que se transforme em um segundo Presídio Central”, enfatizou.

Incêndio em Carazinho 

Na tarde de domingo, o Instituto Penal de Carazinho foi destruído por um incêndio. A Susepe confirmou que os 108 apenados do regime semiaberto, desalojados devido ao sinistro, apresentaram-se na manhã desta segunda após passarem a noite em suas casas com autorização do Poder Judiciário. “Todos cumpriram o acordo”, informou o órgão. A transferência para outras casas prisionais será discutida agora entre Susepe, Ministério Público, Brigada Militar e Prefeitura de Carazinho. Uma reunião estava prevista para a tarde de ontem.

Entre os 108 detentos, um total de 41 exercem trabalho dos quais 37 em atividade externa. As causas do incêndio estão sendo apuradas. Já na madrugada de quinta-feira passada, dia 22, um incêndio havia destruído totalmente a ala do regime semiaberto da Penitenciária Modulada de Osório, no Litoral Norte. Na unidade estavam 123 detentos que ficavam no pavilhão chamado de Módulo de Vivência 1, reduzido a escombros.  

Princípio de motim em Camaquã

No final da noite de domingo, um princípio de motim foi controlado no Presídio de Camaquã. A situação foi normalizada pela Susepe e Brigada Militar. No alojamento A, onde ocorreu o incidente, os apenados chegaram a investir contra os agentes penitenciários, sendo necessária uma reposta mais enérgica. Na revista depois foram apreendidas facas artesanais, celulares e drogas.

Já no começo da manhã desta segunda ocorreu uma revista geral de surpresa no Presídio Estadual de Canguçu. O objetivo foi “manter a ordem e desarticular possíveis lideranças negativas entre os apenados”. A varredura nas celas foi coordenada pela 5ª Delegacia Penitenciária Regional (5ªDPR), tendo apoio do 3º Batalhão de Bombeiros Militar de Pelotas. “Desta vez a ação ocorreu em todo o estabelecimento prisional, que possui atualmente 88 apenados, com a finalidade de continuarmos mantendo a segurança em todo o ambiente prisional”, explicou o diretor do estabelecimento prisional, Eliezer Martins da Rosa.

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