Botos são atração em Tramandaí e Imbé

Botos são atração em Tramandaí e Imbé

Animais roubaram a cena no Litoral Norte neste domingo de Páscoa

Correio do Povo

Moradores locais e veranistas jogaram bocha em Capão

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A atração principal do Feriadão de Páscoa na Barra do rio Tramandaí, que divide os municípios de Imbé e Tramandaí, no Litoral Norte, não foi os ovos de chocolate neste domingo de Páscoa. O que atraiu crianças e pescadores para a areia foram os botos. Pelo menos três deles saltavam na água, roubando a cena. Um dos animais é filhote, logo informou um pescador que aproveitava a fartura do local.

No final de abril, as tainhas migram do Oceano Atlântico para se reproduzir no leito do rio Tramandaí. “Quanto mais fria fica a água do oceano, mais rápido a tainha vai em direção ao rio”, afirmou o pescador de veraneio, Gerson Crutuneo, que reside em Esteio, mas tem casa em Imbé.

Os botos sinalizam aos pescadores onde estão as tainhas, espantando-as para a beira, o que ajuda a posicionar as tarrafas. Ainda havia pescadores, com tarrafas com malha de menor grossura, em busca de sardinhas. A época de pesca da tainha inicia agora e segue até julho. Entre 15 de dezembro e 30 de março, época de reprodução do bagre, a pesca no local é controlada.

Tempo bom

O tempo bom atraiu veranistas e moradores locais para a areia. A beira da praia passou os primeiros três dias do feriadão sem vento. Na sexta teve sol e no sábado choveu pouco pela manhã. Neste domingo, o céu ficou nublado até o meio-dia, mas o sol reapareceu à tarde. Felipe Cunha, veranista de Tramandaí, que reside na Capital, arriscou um mergulho acompanhado do sobrinho Gustavo e da filha Clara. “Está muito bom o tempo”, disse.

Os vendedores ambulantes locais tiraram proveito do movimento para ganhar um dinheiro extra fora do veraneio. “Vendi entre 70 e 80 doces por dia”, apontou Juçara Alves, que trabalha nas areias de Tramandaí. Ela conta que durante o verão consegue vender 100 doces em três horas de caminhada. “Agora está fraco. Tenho que ficar aqui até tarde para vender tudo.”

O vendedor de picolé Eupídio de Noronha, também de Tramandaí, reclamou da venda baixa à beira mar. “Na areia não tem muita procura por picolé, estou vendendo mais pelas ruas.” Em duas horas de trabalho, ele comercializou ontem apenas um picolé. Entre dezembro e fevereiro, saem pelos menos 30 por hora. Além de Noronha, outros sete carrinhos de picolezeiro rondavam as areias de Tramandaí.

Salva-vidas foram enviados à praia especialmente para assegurar os mergulhos durante o feriadão. Apesar das bandeiras se alternarem entre amarelo e vermelho, Renan Rames, da guarita 136 de Imbé, estava atento aos que arriscavam atravessar pelo rio Tramandaí. “A gente cuida mais pela questão dos pescadores que estão ali. Esses dias morreu um porque não havia salva-vidas.”

A Operação Golfinho, administrada pela Brigada Militar (BM), encerrou no dia 9 de março. Das 15 guaritas de Tramandaí, duas estavam em funcionamento, com dois salva-vidas em cada e mais um volante. “A gente vem para fazer a prevenção. Se a gente não vem, pode acontecer alguma coisa. Sempre tem alguém que entra no mar e a comunidade nos cobra”, relatou Fábio Machado, da guarita 76 de Capão da Canoa, onde elas estavam funcionando intercaladas.

Bocha na areia

Enquanto o céu não abria, por volta das 10h, um grupo de amigos se reuniu na cancha de bocha de Capão da Canoa para algumas partidas antes do almoço. Eles se conhecem da praia. Alguns são locais, outros veranistas. “Tem gente do Estado inteiro jogando aqui. Pescador e empresário, na cancha, é tudo igual”, aponta Flávio Fogliato, de Esteio. Ele viajou para a praia no feriadão para abrir o apartamento da família. “Vim fazer faxina. Daí quando acaba de limpar, tem que voltar para a cidade e trabalhar”, brinca.

Aos veranistas, a bocha fica restrita aos finais de semana. Os locais dizem jogar todos os dias. “Tem uns que jogam até em horário de expediente nos dias de semana”, entrega Abel Quadros, que nasceu em Torres, mas mudou-se há 40 anos para Capão.

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