Brasil reinaugura base de pesquisas na Antártida

Brasil reinaugura base de pesquisas na Antártida

Instalações estavam sendo reconstruídas desde incêndio em 2012

AFP

Projeto custou cerca de US$ 100 milhões

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O Brasil reinaugurou nesta quarta-feira uma nova base de pesquisa científica na Antártida, uma instalação espetacular com a qual busca um "avanço qualitativo" em seu trabalho no continente branco, após um incêndio que destruiu as antigas instalações em 2012. O vice-presidente Hamilton Mourão participou da inauguração da nova instalação, numa cerimônia realizada um dia depois do planejado devido às condições climáticas.

"As novas instalações representam o avanço da presença do Brasil neste continente e um avanço qualitativo expresso no compromisso do governo federal com o desenvolvimento das atividades científicas ligadas às questões climáticas e ambientais", disse Mourão, acompanhado de outras autoridades e membros da comunidade científica brasileira. A Estação Antártica Comandante Ferraz, localizada na Ilha George, no arquipélago de Shetland do Sul, custou ao governo federal cerca de 100 milhões de dólares, segundo a Agência Brasil. A nova infraestrutura foi montada no mesmo local da base que em 2012 pegou fogo após um vazamento de combustível, em um incidente no qual dois militares morreram.

Fundada em 1984, na base brasileira são realizadas pesquisas em diversas áreas, como meteorologia, biologia, química e medicina. Cerca de 70% do complexo foi destruído pelas chamas, mas as pesquisas continuaram em instalações temporárias. Reconstruída pela empresa estatal chinesa Ceiec, a nova base ocupa 4.500 m2 e possui 17 laboratórios, acomodações para 64 pessoas e um setor técnico para geração de energia e tratamento de resíduos. Além de reforçar as medidas de segurança para impedir a propagação de incêndios, a base foi projetada para suportar ventos de até 200 km/h e as densas camadas de neve que se acumulam durante o inverno.

A Antártica, coberta principalmente de neve e gelo, abriga enormes recursos minerais e a maior reserva de água potável do mundo em sua camada continental. Sua exploração comercial ou militar foi proibida pelo Tratado da Antártica, assinado em Washington em 1959 e válido até 2041. O Brasil aderiu ao tratado em 1975 e desde 1982 desenvolve atividades científicas na Antártica, um requisito para os países membros signatários do documento.


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