BRDE e Sindienergia-RS abordam potencial de crescimento das energias renováveis no RS

BRDE e Sindienergia-RS abordam potencial de crescimento das energias renováveis no RS

Segundo presidente do Sindienergia-RS, mais de 80% da matriz energética no Estado já é proveniente de fontes renováveis

Felipe Faleiro

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O imenso potencial do Rio Grande do Sul no mercado energético foi um dos principais temas abordados no primeiro painel do Fórum de Energias Renováveis, promovido pelo Correio do Povo e realizado na sede do Imed, em Porto Alegre. O debate teve a participação de Paulo Raffin, superintendente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), e Guilherme Sari, presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS).

De acordo com Sari, mais de 80% da matriz energética no Estado já é proveniente de fontes renováveis, o que já coloca o RS na vanguarda deste tipo de transição. Mas ainda há espaço para crescimento e exploração deste mercado. “O Rio Grande do Sul ainda é um estado importador de energia, e esta é uma das grandes mudanças que queremos fazer, de sermos autossuficientes em energias renováveis. Sabemos que há uma tendência normal de uma maior demanda a nível nacional”, destacou.

Para isto, um dos importantes aspectos a serem considerados é a regulação do setor, baseada, sobretudo, nas facilidades para licenciamentos ambientais. Há, conforme Sari, somente nos projetos em terra, junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), estações que somam 14 gigawatts (GW) de potência, mais 6 GW cujos estudos já estão consolidados, mas ainda não foram homologados no órgão. As usinas em lagoas somam 10 GW a estes números, disse Sari. “São mais de R$ 200 bilhões em investimentos”, resumiu.

Raffin destacou o aumento no valor disponibilizado pelo BRDE para financiamentos de projetos voltados às energias renováveis, que, conforme ele, eram de R$ 2 bilhões no quinquênio 2016 a 2020, conforme o planejamento estratégico. Os valores aumentaram para R$ 3,5 bilhões no período seguinte, entre 2021 e 2025, dentro de sua área geográfica de atuação. O superintendente disse ainda que o banco “quer ser o grande indutor de mudança na matriz energética”.

Superintendente do BRDE, Paulo Raffin, destaca maiores investimento para projetos envolvendo energias renováveis | Foto: Alina Souza

“Repensamos nossa estratégica de execução de programas e criamos um macroprograma, que chamamos de BRDE Energia Sustentável. É um guarda-chuva, onde conseguimos colocar todo e qualquer projeto voltado a esta área, desde energia hídrica, biomassa, termoelétricas utilizando casca de arroz, energia fotovoltaica e principalmente eólica”, listou. Ainda conforme Raffin, o BRDE “está focado não apenas em auxiliar os setores a implementar projetos, mas também em desenvolver tecnologia para a área”.

Ao final, ambos destacaram novamente a importância de se pensar um futuro cada vez mais sustentável, a partir da “provocação” feita por Jaqueline Weigel, futurista e CEO da W Futurismo, que os precedeu na palestra inaugural do evento. “Temos que pensar no futuro, sem dúvida, em cem anos, porém já estamos com o foco no presente, trazendo soluções de energia que não agridam o meio ambiente”, comentou Raffin.


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