Busca por testes de Covid-19 segue alta em Porto Alegre

Busca por testes de Covid-19 segue alta em Porto Alegre

Pessoas sintomáticas aguardam em longas filas para atendimento

Taís Teixeira

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A busca por teste para detecção de Covid-19 continua grande nas unidades de saúde de Porto Alegre. Nesta quinta-feira, a Unidade de Saúde Ramos, no bairro Rubem Berta, ficou tomada de pessoas sintomáticas com requisição nas mãos para fazer o teste de confirmação para a doença. Além disso, tinha mais filas de pessoas que foram fazer a vacinação e outros atendimentos. 

Diante do alto movimento, alguns desistiram da consulta. A partir desta sexta-feira, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) amplia para mais 31 locais, totalizando 61 unidades de saúde aptas para fazer o teste rápido de antígeno, um exame que identifica as proteínas do Sars-CoV-2. A expectativa é que haja a redução do tempo de espera para atendimento.

O enfermeiro da Unidade de Saúde Ramos, Maurício Kruse, relatou que desde o começo de janeiro a procura por testes está intensa. “Na segunda-feira, fizemos 500 atendimentos entre testes, consultas e outros acolhimentos”, salientou. Na quarta-feira, foram feitos 100 testes. “Quando o teste rápido dá negativo, encaminhamos para o PCR, que dá o resultado em até 72 horas”, comentou. Desse total, cerca de 60% apresentaram resultado positivo. 

Kruse disse que a demora no atendimento, que favorece a formação de longas filas de espera, se deve à redução do número de funcionários. “Muitos estão de férias e outros estão afastados por sintomas de Covid-19”, comentou. Ao todo, são 40 funcionários, sendo que, em média, 23 atendem por turno, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares. “Hoje estamos com nove pessoas na equipe para atender esse alto volume de pessoas, sendo dois para vacinação e dois para fazer testes”, contou.

Relatos

O motoboy Diego Garcia estava pelo segundo dia na unidade. Na quarta-feira, ele esperou oito horas para conseguir a requisição que o autorizou para o teste. Ele relatou que estava com dor de garganta e tosse e que a vó positivou para a doença. “Eu a visitei, não sabia que ela estava e acredito que possa ter contraído dessa forma”, contou, destacando que recebeu duas doses de vacina.

O subgerente de loja Fábio Lima passou pela mesma situação. “Esperei cinco horas para receber a requisição e hoje estou desde as 6h”, enfatizou. Ele estava com apenas a primeira dose. “Estou sentindo dor nas pernas e nos olhos”, relatou.

O aposentado João de Deus Santos chegou às 6h para garantir a testagem ainda de manhã. “Comecei a ter coriza, sentir muitas dores e calafrios na madrugada”, relatou, acrescentando que a esposa estava aguardando no interior da unidade porque, devido à intensidade dos sintomas, não tinha condições de ficar em pé. Santos reforçou que não viajou nas festas de fim de ano e que recebeu a terceira dose no dia 13 de dezembro.

A estudante Leandra Toledo teve contato com pessoas que confirmaram para Covid-19. “Estou com muita dor no corpo”, comentou. Acompanhada da mãe, a professora Liana Toledo, chegou pelas 9h, mas teve que voltar para casa sem fazer o teste. “Disseram que acabou a distribuição de fichas para manhã e que retornaria somente à tarde”, ressaltou, dizendo que a filha não tinha condições de esperar em pé. 
Leandra recebeu duas doses de vacina. A mãe não tinha sintomas, mas contou que teve Covid-19 em julho do ano passado, quando tinha tomado duas doses. “Quando eu tive a doença, minha filha não pegou”, esclareceu.

A recomendação é após sentir dois sintomas como, febre, tosse, coriza, dores, calafrios, procurar a unidade de saúde e não ficar com dúvidas. “É preciso reportar à unidade de saúde e ter certeza se o paciente está ou não com a doença”, orientou o enfermeiro.


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