Cachorro Buzz leva sorriso para crianças internadas no hospital da PUCRS

Cachorro Buzz leva sorriso para crianças internadas no hospital da PUCRS

Pet Terapia auxilia na recuperação dos pequenos em meio a cirurgias, exames e tratamentos

Franceli Stefani

Pet Terapia auxilia na recuperação dos pequenos em meio a cirurgias, exames e tratamentos

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O sorriso de Maria Eduarda Barros Airoldi, 11 anos, ficou ainda mais largo na tarde desta quarta-feira. Enquanto fazia uma sessão de quimioterapia, no quinto andar do Hospital São Lucas da PUCRS, ela aguardava ansiosamente a chegada do cão Buzz. Um vira-lata de 10 anos, adestrado, vacinado e que leva desde junho do ano passado alegria para as crianças internadas na unidade de saúde. A atividade faz parte do projeto Pet Terapia, que busca o auxílio de animais domésticos no tratamento durante as internações dos pequenos. O mascote, levado pelo adestrador Jone Cardoso, proporciona alegria, conforto e carinho para todos. Os encontros ocorrem no Serviço de Recreação do Hospital, coordenado pela pedagoga Juliana Pierdoná, carinhosamente chamada de Tia Ju.

Segundo ela, foi através de uma parceria com o Instituto do Câncer Infantil (ICI) e a empresa Hercosul, responsável pela vacinação e controle de infecções do animal. "Muitas vezes as crianças ficam aqui uma semana, duas, ou até mais, dependendo do caso, e elas possuem mascotes em casa, trazem fotos, falam deles, essa é uma maneira de aproximação", afirmou. A pedagoga disse que o momento é muito aguardado. "Todos os meses eles me perguntam se não podem trazer os seus bichinhos. Eu explico que não é possível, pois é necessário todo um controle de vacinas e saúde deste animal", detalhou. No espaço de recreação há um aquário, utilizado por muitas pessoas como reflexão. "Muitas vezes encontro familiares aqui, parados, refletindo, perto dos peixes. Quando saem, me dizem que se sentem melhor", expressou.

Desde junho do ano passado, Buzz passa uma hora por mês - geralmente na última quarta - ao lado dos pequenos e seus familiares. Todas as vezes o cão dócil e educado é buscado por Tia Ju e seus ajudantes na recepção do hospital. Nesta quarta, Samilly da Silva Rodrigues, 6 anos, e Lucas Henrique da Silva, 9, foram os responsáveis por levar o cachorro até a sala, onde outras crianças aguardavam com ansiedade. "Ele é muito fofo", exclamou Samilly, ao vê-lo no interior de uma caixa de transporte elaborada especificamente para as visitas realizadas em unidades hospitalares da cidade. A pequena puxou o mascote até o elevador, depois foi a vez de Lucas. "Achei o Buzz muito querido e educado", contou o menino.

Maria Eduarda, a Duda, já conhecia os truques do, segundo ela, "melhor cachorro do mundo". Ela, que possui um canal no Youtube, luta contra um câncer e disse que se sente muito melhor toda a vez que o adestrador chega ao hospital. "Nossa, ele é muito lindo. Sabe deitar, rolar, é educado e muito fofo". Em casa, Duda revelou que tem um amigo felino. "Ele brinca comigo. Senta ao meu lado enquanto brinco de boneca." Conforme ela, o tratamento fica mais leve quando há animais por perto.

Todos os participantes participantes da atividade são liberados pela equipe médica antes do contato, garantindo a segurança da interação. Além disso, somente podem ingressar no ambiente hospitalar os animais que não possuem sinais de infecção até uma semana antes da visita e que possuam um atestado emitido trimestralmente por veterinário licenciado, com vacinação, aplicação de vermífugo e carrapaticida e também atestado de banho. Buzz visita crianças em hospitais, de acordo com o adestrador, há dois anos. "Fazemos trabalhos semelhantes em outras unidades de Porto Alegre. Ele está comigo desde quando tinha 33 dias, sempre que tem essas atividades ele fica cansado, mas feliz", declarou.

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