Caminhões começam a descarregar produtos no comércio do Centro de Porto Alegre

Caminhões começam a descarregar produtos no comércio do Centro de Porto Alegre

Alguns veículos ainda estão presos nas estradas por causa dos protestos dos caminhoneiros

Franceli Stefani

Pelo menos dez caminhões aguardavam para descarregar seus produtos no comércio no Centro de Porto Alegre

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Pelo menos dez caminhões aguardavam para descarregar seus produtos no comércio da rua dos Andradas, no Centro de Porto Alegre, no início da tarde desta terça-feira. A maioria deles saiu de depósitos localizados na Capital, carregados com bebidas e congelados. Como foi o caso do motorista Márcio Galvão, 36 anos.

O trabalhador de uma empresa de congelados, que tem filial no bairro Sarandi, relatou que, normalmente, faz entregas nos vales do Caí, Sinos e Taquari, mas devido a paralisação dos caminhoneiros, está apenas em Porto Alegre. "Temos dois caminhões presos na ERS 122 em Farroupilha, na Serra, que não conseguem entregar. Também estamos apenas com esse caminhão com combustível", detalhou.

Segundo ele, durante uma das entregas no Vale do Sinos, acabou parado em uma manifestação na BR 116, em Novo Hamburgo. "Desde então, eu não saí mais daqui, está muito tranquilo de trafegar devido a redução de veículos", disse.

A situação semelhante é a do motorista de um caminhões de bebidas, Edu Barcelos, 50. Ele explicou que faz entregas em pontos distintos da Capital. "Fazemos entregas em mercados, restaurantes, estamos conseguindo chegar. Aqui não enfrentamos nenhum problema, desde o início das manifestações", afirmou.

Barcelos, que considerou justa as reivindicações, acredita que outros setores da comunidade deveriam se juntar para lutar por essas conquistas. "Aparentemente o movimento está perdendo força", ponderou. 

Dificuldades

A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) informa que o segmento supermercadista do Estado permanece com dificuldades de abastecimento de produtos em todos os setores e em todo o território gaúcho, mesmo após o anúncio do acordo entre o Governo Federal e entidades ligadas ao movimento dos caminhoneiros.

O presidente da Associação, Antônio Cesa Longo, reforçou que os itens de mercearia, higiene, limpeza e bazar têm um estoque médio de segurança para 15 dias, o que garantirá o abastecimento da população com estes produtos durante a próxima semana.

Entre as mercadorias perecíveis, entretanto, a situação se agrava a cada dia de paralisação. “Supermercados de todo o Estado estão relatando falta de produtos em áreas como açougue, laticínios e hortifrútis. Outra situação que preocupa é a do gás de cozinha. Se os supermercados não conseguirem repor seu estoque, ficarão inviabilizadas as produções de padaria, confeitaria e rotisseria”, frisou o representante.   

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