Caminhada de funcionários da Carris antecede a greve marcada para esta sexta-feira

Caminhada de funcionários da Carris antecede a greve marcada para esta sexta-feira

Rodoviários protestaram contra a privatização da Companhia e a extinção da função de cobrador


Sidney de Jesus

Paralisação total dos serviços da companhia por tempo indeterminado começa nesta sexta

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Uma caminhada dos funcionários da Carris, realizada na noite desta quinta-feira, antecedeu a greve da categoria marcada para esta sexta-feira. Com faixas e cartazes contra a privatização da Companhia e a extinção da função de cobrador, dezenas de trabalhadores saíram da garagem da empresa, na Rua Albion, no bairro Partenon, para protestar e anunciar a paralisação dos serviços de transporte por tempo indeterminado.

Durante o trajeto, que passou pelas avenidas Bento Gonçalves e Antônio Carvalho, na zona Leste da Capital, os rodoviários gritaram palavras de ordem como “Carris unida, jamais será vencida”, Greve Já, entre outras manifestações de contrariedade contra os projetos e decisões do governo municipal. “Estamos em luta não simplesmente pelos empregos, mas também pelo transporte público que toda a população perderá com a privatização da Carris. Nossa intenção é de paralisar as atividades até que o prefeito Sebastião Melo retire da Câmara o projeto de desestatização da Carris”, afirmou o cobrador e delegado sindical, Maximiliano Fromming da Rocha, de 33 anos, que é funcionário da Carris há 10.

Motorista da Companhia há 24 anos, Cíntia Raquel Guterres, de 49 anos, lamentou a possível privatização da empresa e a extinção da função de cobrador. “Em época de pandemia querem acabar com a Carris, que é do povo, deixando muitos colegas desempregados. Eu como motorista e mulher é negra, fui aceita na empresa porque fiz concurso. Não vamos entregar a Carris assim tão fácil”, ressaltou Cíntia.

Já o cobrador Renato Finger, de 61 anos, que traballha na empresa há oito, lembrou que foi a Carris quem atendeu a população durante a pandemia. “A Carris operou 22 linhas dos consórcios que ganharam 55 milhões da prefeitura e ficaram parados na pandemia. Nossa empresa é um patrimônio dos porto-alegrenses e não dá todo esse prejuízo que falam”, destacou Finger, que ressaltou que “se tirarem os Ccs e outras falcatruas, a Carris se autosustenta e baixa a tarifa”. O protesto foi pacífico e terminou por volta das 20 horas, onde começou, na entrada da garagem da Companhia, na Rua Albion.


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